A primeira semana de junho se encerra sob o signo da retomada econômica. Os pregões ao redor do mundo, Brasil incluído, mostraram que investidores de vários portes e perfis decidiram comprar a ideia de uma normalização sustentável da economia.
A trajetória de alta já vinha se desenhando desde o início da semana. No entanto, na quinta-feira (4), o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um pacote suplementar de estímulos de 600 bilhões de euros. Com isso, o total injetado na economia pode chegar a 1,35 trilhão de euros por meio da recompra de títulos. Além desses gastos, o governo alemão aprovou um pacote de 130 bilhões de euros em gastos públicos. Há também a expectativa de pacotes adicionais de estímulo dos Estados Unidos que podem chegar a um trilhão de dólares. Um influxo tão intenso de liquidez na economia global muda as perspectivas dos investidores e proporciona as condições para a alta das cotações.
Pouco antes da abertura dos mercados por aqui, foi divulgado o payroll (geração de empregos) nos EUA, o esperado era uma destruição de 8 milhões de empregos e o que se viu foi uma geração de 2,5 milhões de empregos, o que surpreendeu e muito a expectativa. Além disso, também foi divulgado o desemprego nos EUA (pelo Bureau of Labor Statistics), o número de maio caiu para 13,3% ante os 14,7% registrados em abril, um número muito melhor do que o esperado que era um desemprego de 19,7%. O foco é a reabertura e os estímulos, em vez dos impactos negativos do vírus sobre as economias durante os primeiros meses deste ano.
No Brasil, apesar de a curva de infectados e vítimas fatais do coronavírus não parar de subir, os investidores também têm mostrado estar convencidos de que há espaço para uma retomada sustentável da economia, com a volta das empresas à quase normalidade. Não por acaso, nos quatro primeiros pregões de junho, o Ibovespa valorizou-se 7,35, avançando dos 87,4 mil pontos do fim de maio para 93,8 mil pontos na quinta-feira (4), maior fechamento desde o dia 10 de março. No melhor momento do pregão, o principal indicador do mercado acionário brasileiro superou 94 mil pontos. Até mesmo a aceleração da inflação pode ser considerada uma boa notícia. Os preços subiram no atacado, puxados pelo avanço de preços importantes para a pauta de exportações brasileira, como a soja e o minério de ferro (leia mais abaixo)
Deflação
A alta da inflação foi uma boa notícia para os investidores. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 1,07% em maio, bastante acima dos 0,05% de abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira. Até maio, o índice acumula alta de 2,89% no ano e de 6,81% em 12 meses. Em maio de 2019, o índice havia subido 0,40% e acumulava elevação de 6,93% em 12 meses. Segundo a FGV, a aceleração do IGP-DI foi sustentada pela recuperação dos preços das commodities, como soja (cujos preços subiram 8,59%) e do minério de ferro (alta de 12,32%).
O último pregão da semana começa com o mesmo entusiasmo das sessões anteriores e o dia hoje será de forte alta no Brasil e no Mundo. O Ibovespa abrirá acima dos 96 mil pontos. Essa alta vem principalmente dos dados de emprego nos EUA.
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