A brMalls (BRML3) divulgou na quinta-feira (4), após o fechamento do mercado, os números do primeiro trimestre de 2020. Os números foram bastante afetados pela Covid-19, com descontos nos aluguéis dos lojistas em março, abril e maio, e com redução de custos de condomínio e promoção.
Apesar dos números ruins já serem esperados, alguns deles vieram abaixo das expectativas, com destaque para o desempenho de vendas mesmas lojas com queda de 13%. Mesmo considerando apenas os dois primeiros meses do ano, o desempenho de vendas mesmas lojas foi apenas regular, com crescimento de 4,3%.
Do lado positivo, a empresa manteve os indicadores de inadimplência líquida em linha com valores registrados no primeiro trimestre de anos anteriores, atingindo, respectivamente, 4,9%, e uma taxa de ocupação média em 96,9%, maior patamar para um primeiro trimestre desde o exercício de 2015.
Apesar dos números abaixo da expectativa, o clima positivo com a reabertura gradual de seus shoppings deve permanecer do outro lado da balança. Por isso, esperamos por um impacto neutro no curto prazo no preço das ações da brMalls (BRML3).
O que vinha “fazendo preço” nas ações dos shoppings no contexto atual eram as notícias relacionadas à quarentena e a disseminação da Covid-19. Porém, o mercado voltou a se animar nos últimos dias com as notícias de uma reabertura econômica, o que fizeram as ações da Bolsa, incluindo as de shopping centers, dispararem.
Desde o dia 12 de maio, as ações BRML3 acumulam alta de 40% ante valorização de 20% do Ibovespa. Porém, no ano, as ações BRML3 seguem com forte queda de 39,3% enquanto o principal índice de ações brasileiro recua 18,9% no período.
O Lucro Operacional dos Shoppings – medido pelo NOI – foi de R$ 258 milhões neste primeiro trimestre, registrando uma queda de 2% na comparação anual.
A partir desses números da operação, a empresa consolidou um Ebitda Ajustado de R$ 206,7 milhões no período, o que representa uma queda de 11,9% na comparação com os três primeiros meses do ano passado, e perdas de 4,9 pontos percentuais na sua margem Ebitda.
O lucro líquido ajustado por itens que não afetam o caixa (FFO) foi de 137,7 milhões de reais, 21,9 por cento abaixo do resultado apresentado no mesmo período do último ano.
A companhia concedeu 50 por cento de desconto no aluguel de março e 100% no de abril, medidas para atenuar a situação financeira dos lojistas, impactando negativamente já no primeiro trimestre. Entretanto, um impacto ainda mais forte deve vir no segundo trimestre.
A companhia tem sólida posição de caixa de R$ 886,7 milhões, com nível de endividamento aceitável medido pela relação dívida líquida/Ebitda de 2,1 vezes. Os vencimentos de dívida em 2020 somam apenas R$ 42 milhões e sua posição em caixa é suficiente para quitar quase que a totalidade de suas dívidas até 2022.
O catalisador das ações BRML3 segue sendo a duração da quarentena nos grandes centros, bem como o ritmo de recuperação na confiança do consumidor e nas vendas do varejo físico.
Até o momento, a brMalls retomou a operação de 11 shoppings que somam aproximadamente 30% do foco de NOI da companhia. Atualmente, todos os seus shoppings da região Sul já estão operando, enquanto a empresa acredita que nas próximas semanas o ritmo de reaberturas irá acelerar, com a expectativa de que em julho de 2020 todos os empreendimentos estejam abertos ao público.
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