No mesmo dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou uma queda de 18,8% da produção da indústria da transformação em abril comparativamente a março, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) reporta uma queda de 30,3% na sua produção de produtos e equipamentos elétricos e eletrônicos.
Essa foi a maior queda verificada na série histórica iniciada no início de 2002, segundo o presidente da entidade, Humberto Barbato.
Esse resultado, segundo ele, reflete os efeitos do isolamento social decorrente da pandemia da Covid-19, que chegou no Brasil em março deste ano. Essa foi a terceira queda consecutiva na produção do setor.
A Abinee lembra que em fevereiro a produção de bens eletrônicos estava sendo prejudicada pelos problemas no recebimento de materiais, componentes e insumos da China.
As medidas de isolamento social devido à chegada do coronavírus no Brasil impactaram a produção industrial a partir da última semana do mês de março, afetando o mês inteiro de abril. Com isso, a produção do setor recuou 43,7% em abril de 2020 comparado ao igual mês do ano passado, com fortes quedas na área elétrica, de 43,6%, e na eletrônica, com recuo de 43,8%.
“É importante ressaltar que caiu a produção de todos os segmentos do setor, tanto da indústria elétrica quanto da eletrônica”, ressalta Barbato.
Na área elétrica, destacou-se a retração de 70,4% na produção de eletrodomésticos. Foram observadas também quedas na produção de lâmpadas, 48,1%; de pilhas e baterias, 42,1%; geradores, transformadores e motores elétricos,30,3%; equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica,20,5% e de outros equipamentos elétricos não especificados anteriormente, de 17,1% – onde estão classificados os aparelhos elétricos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio e eletrodos, escovas e outros artigos de carvão ou grafita para usos elétricos.
Na área eletrônica, destacou-se a redução de 49,4% na produção de aparelhos de áudio e vídeo, seguida por equipamentos de comunicação, com queda de 45,6% e bens de informática, com recuo de 40,3%. Caiu também a produção de instrumentos de medida, em 30,6%, e de componentes eletrônicos, 28,8%.
Por Francisco Carlos de Assis
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