A Cosan (CSAN3) apresentou na última sexta-feira (29) seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2020. Os números vieram bons e acima das expectativas em termos de Ebitda, mas abaixo do esperado na linha de lucro líquido.
O destaque positivo foi a melhora no desempenho operacional medido pelo Ebitda da Raízen Energia (produção de açúcar, etanol e bioenergia), que foi de R$ 1,5 bilhão no período, crescimento de 67% na comparação com o primeiro trimestre de 2019 devido à concentração das vendas no período com preço do açúcar mais alto. Considerando o ano safra (de abr/19 a mar/20) o Ebitda foi de R$ 3,4 bilhões, aumento de 19% na comparação com o mesmo período entre 2018 e 2019.
O destaque negativo foi o segmento de combustíveis (Brasil e Argentina), cujo Ebitda foi de R$ 700 milhões, queda de 26% na comparação anual. O resultado foi impactado pela queda no volume vendido devido a menor demanda por combustíveis devido à quarentena da Covid-19 que afetou todo o mercado por energia, parcialmente compensado pela melhora na margem bruta.
Ademais, o resultado líquido também veio abaixo do esperado, com lucro ajustado de R$ 90 milhões e queda de 77% na comparação anual. O resultado foi impactado pela marcação a mercado das suas participações acionárias e do efeito cambial em uma parte do seu bônus perpétuo não protegida.
O resultado da Cosan (CSAN3) foi bom considerando todo o cenário de menor demanda por energia, queda abrupta do preço do petróleo no primeiro trimestre de 2020 e o ataque de hackers sofrido pela empresa em 11/mar, que causou a interrupção parcial das operações naquele dia. Dessa forma, analistas acreditam que deve prevalecer o tom mais positivo nos resultados e esperamos impacto positivo no preço das ações da Cosan (CSAN3) no curto prazo.
No ano as ações da Cosan (CSAN3) recuam apenas 5,4%, desempenho bastante superior ao do Ibovespa que cai 24,4% no mesmo período.
O Ebitda consolidado (considerando as respectivas parcelas em cada uma das suas unidades de negócio) foi de R$ 1,98 bilhão, aumento de 19% na comparação anual. O resultado foi puxado pelo incremento dos resultados da Comgás, da Raízen Energia e da Moove (lubrificantes e óleos), compensando as perdas com a Raízen combustíveis no Brasil e na Argentina.
Além da queda expressiva do lucro líquido, a Cosan também registrou um consumo de caixa de 556 milhões de reais no trimestre devido a: pagamento de ajuste anual de impostos na Comgás de 349 milhões de reais, formação do portfólio da Compass Gás e Energia, pagamento no segmento Cosan Corporativo de 1,7 bilhão de reais referente à liquidação antecipada de Debêntures e gastos relacionados ao programa de recompra de ações.
Por fim, a Cosan fechou o trimestre com endividamento líquido de R$ 12,2 bilhões e relação dívida líquida/Ebitda de 1,9 vezes.
O principal catalisador das ações da Cosan será a retomada no consumo de combustíveis com o término da quarentena do coronavírus, que foi adiado em São Paulo para 15 de junho.
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