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Após discurso de Trump, Bolsa encerra em alta; dólar cai e fecha a R$ 5,33

(Foto: B3)

A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, virou no final e encerrou o pregão desta sexta-feira, 29, com alta marginal de 0,52%, aos 87.402,59 pontos. Após o aumento das tensões entre Estados Unidos e China ficar durante toda a sessão no radar do investidor, o mercado ficou aliviado ao ver que os americanos apenas mantiveram as sanções já impostas anteriormente. O dólar também foi beneficiado e diminuiu o ritmo de alta, fechando com queda de 0,82%, cotado a R$ 5,3389.

O clima pesado entre as duas maiores potências do mundo já vem se arrastando há semanas, mas nesta sexta Donald Trump pôs um ‘fim’ à situação, ao basicamente falar que vai manter as restrições aos cidadãos chineses, como as suspensões dos vistos de cidadãos do país que podem ser um risco aos Estados Unidos, e colocar um fim ao tratamento especial dos EUA a Hong Kong. Ele também disse que vai pedir uma avaliação das práticas de empresas chinesas que estão em solo americano.

Com a notícia, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, basicamente zerou as perdas e atingiu a máxima do dia, aos 87.327,46 pontos. Com a alta, a Bolsa conseguiu recuperar o patamar dos 87 mil pontos vistos nos pregões do começo da semana, mas que foi perdido no fechamento da última quinta-feira, 28, quando a B3 recuou aos 86 mil pontos.

No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou, em evento virtual, que “é possível que efeitos do isolamento persistam até metade do ano que vem” e que a previsão é de queda de 5% ou mais do PIB em 2020 – o IBGE divulgou que a atividade econômica recuou 1,5% no primeiro trimestre já sob efeito da pandemia do novo coronavírus.

Na Bolsa, com exceção de Vale ON, que sobe com a alta do minério de ferro na China, todas as ações mais comercializadas firmaram queda no final da tarde. Mesmo Petrobrás ON recua 1,80%, ignorando a valorização do petróleo em Londres e em Nova York.

Câmbio
No câmbio, o dólar se firmou em alta durante boa parte da sessão e chegou a atingir a máxima de R$ 5,4629. Apenas no final da tarde, com a decisão de Trump sobre a China, que a moeda caiu frente ao real. No exterior, a moeda americana apresentou sinais mistos em comparação a outras moedas emergentes e outras divisas ligadas a commodities.

Com a queda desta sexta, o dólar anulou a alta do pregão anterior, quando fechou cotado a R$ 5,3832 e terminou a semana com queda de 1,82%. No ano, porém, a moeda ainda acumula uma valorização superior a 30%.

Cenário local
As questões políticas ainda continuam no radar do mercado, mesmo em meio às preocupações com o PIB e as contas do setor público do País, que fecharam com um déficit de R$ 94,3 bilhões em abril. A atenção agora se volta ao inquérito de possível intervenção de Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Nesta sexta, o órgão pediu ao Supremo Tribunal Federal mais 30 dias para apurar as acusações do ex-ministro Sergio Moro. O relator do inquérito, o ministro Celso de Melo, pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR), para se manifestar sobre a amplicação do prazo.

Além disso, os desdobramentos da reunião ministerial do dia 22 de abril ainda ecoam no mercado. Hoje, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, prestou depoimento à PF sobre a fala “botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”, dita na gravação. No depoimento, que faz parte do já polêmico inquérito das ‘fake news’, o ministro teria permanecido em silêncio, conforme apurou o Estadão.

Neste conturbado cenário, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu calma entre os poderes e trégua neste momento de crise, senão “o barco naufraga.” Ele ainda disse que “depende de nós mesmos” determinar como será a reação da economia no pós-coronavírus./ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E MAIARA SANTIAGO

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