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Iguatemi registra queda de 77,5% no lucro líquido do primeiro trimestre

(Foto: Divulgação)

A Iguatemi (IGTA3) registrou um lucro líquido de R$ 12,5 milhões no primeiro trimestre de 2020. Esse valor é equivalente a uma queda de 77,5% em comparação com o mesmo período no ano anterior. Os números foram bastante afetados pela Covid-19, com queda expressiva nos seus principais indicadores operacionais e provisionamento de 75% dos aluguéis referentes ao mês de março.

Ao contrário das outras empresas que optaram por “linearizar” os descontos nos aluguéis, a Iguatemi optou por fazer uma provisão para devedores duvidosos (PDD). A despeito da pandemia, os resultados foram regulares e em linha com as expectativas.

Os destaques negativos ficaram por conta da queda nos números operacionais. O indicador de Vendas Mesmas Lojas (SSS) recuou 9,6% no período (desconsiderando os ativos vendidos no período), enquanto o Aluguel Mesmas Lojas (SSR) caiu 26,5%. Contudo, considerando apenas os primeiros dois meses do ano, os números teriam registrado crescimento de 8,1% e de 8,5%, respectivamente.

O lucro líquido foi fortemente impactado tanto pela queda nos resultados da operação como pelo aumento na despesa com IR, que totalizou R$ 28 milhões (88% a mais que no primeiro trimestre de 2019) devido a baixas no ativo fiscal diferido de R$ 13 milhões.

O destaque positivo foi taxa de ocupação de 94,1%, subindo 0,4 ponto percentual na comparação com o no primeiro trimestre de 2019 e 0,1 ponto percentual na comparação com o último trimestre do ano passado.

Os números apresentados foram regulares e esperamos impacto neutro no preço das ações da Iguatemi (IGTA3) no curto prazo. Diante do cenário atual, são as notícias relacionadas à quarentena e a disseminação da Covid-19 que vem “fazendo preço” das ações de shoppings. Por outro lado, a visão para o médio e longo prazo é bastante positiva para o desempenho das ações.

A empresa consolidou um Ebitda de R$ 103 milhões no período, o que representa uma queda de 20,5% na comparação com os três primeiros meses do ano passado, e perdas de 9,2 pontos percentuais na sua margem Ebitda, que fechou o período em 65,6%.

O lucro líquido ajustado por itens que não afetam o caixa (FFO) foi de R$ 49,5 milhões, 43% a menos que no resultado apresentado no mesmo período do último ano.

Os resultados foram fortemente impactados pelo fechamento das suas unidades a partir de 15 de março. A companhia adiou a cobrança de aluguel de março de todos os seus lojistas para outubro com parcelamento dos valores em 5 vezes.

Além disso, reduziu as taxas de condomínio de 10% e março e de entre 40 e 50% em abril. Também foram concedidos descontos entre 60% e 100% no fundo de promoção.

A companhia captou empréstimos na ordem de R$ 360 milhões no trimestre e fechou com caixa de R$ 960,7 milhões, com nível de endividamento medido pela relação dívida líquida/Ebitda de 2,47 vezes. Os vencimentos de dívida no curto prazo (12 meses) somam apenas R$ 121,5 milhões.

A Conselho de Administração aprovou emissão de debêntures no valor de R$ 300 milhões ao custo de CDI mais 3% ao ano, com prazo de anos, com objetivo de reforçar o seu caixa.

O catalisador das ações IGTA3 segue sendo a duração da quarentena nos grandes centros, bem como o ritmo de recuperação na confiança do consumidor e nas vendas do varejo físico.

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