O presidente da República, Jair Bolsonaro, atribuiu à “imprensa mundial de esquerda” a imagem ruim do Brasil no exterior. A declaração foi dada na manhã desta segunda-feira, 25, a uma apoiadora que o recomendou usar a Secretaria Especial de Comunicação (Secom), órgão da Presidência, para fazer propaganda positiva do País.
“A imprensa mundial é de esquerda. O (Donald) Trump (presidente dos Estados Unidos) sofre muito com isso”, respondeu o presidente, em frente ao Palácio da Alvorada.
Nesta segunda, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o confronto entre governo federal e governadores, a indefinição no combate ao coronavírus e dúvidas sobre a capacidade de o País continuar com reformas estruturais são focos de preocupação no exterior.
Analistas internacionais definem o Brasil como uma nação governada por um presidente populista que dá respostas contraditórias à pandemia do novo coronavírus.
Os efeitos concretos da percepção no exterior de que o País ruma para um precipício – ao viver uma tempestade perfeita com crises simultâneas na saúde, na política e na economia – já aparecem nos números e na postura distante que outras nações têm preferido tomar do Brasil.
Desde o início do ano, o real foi a moeda que mais se desvalorizou no mundo, com queda de 45% ante o dólar.
A despeito das intervenções diárias do Banco Central, a cotação da moeda americana encostou nos R$ 6.
No mesmo período, o CDS (Credit Default Swap), indicador que sinaliza o nível de risco país, cresceu mais de 250%.
O jornal econômico Financial Times publicou nesta segunda-feira, 25, um artigo dizendo que o Bolsonaro está levando o Brasil ao desastre com sua condução da crise causada pelo novo coronavírus.
O texto foi publicado pelo colunista Gideon Rachman, o principal analista de assuntos externos do diário britânico.
Por Redação, O Estado de S.Paulo
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