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Banco Inter registra prejuízo contábil de R$ 8,4 milhões no primeiro trimestre 

(Foto: Divulgação)

O Banco Inter (BIDI11) divulgou na terça-feira (19) seu resultado do primeiro trimestre de 2020. Os números mostram que o banco tem conseguido se expandir, reduzindo o custo de funding e mantendo baixo o Custo de Aquisição de Clientes. Por outro lado, o banco segue encontrando dificuldades para entregar rentabilidade.

Do lado positivo, o banco continua com bons números de abertura de contas, atingindo 4,9 milhão de clientes no fim de março, um crescimento de 155% em relação ao mesmo trimestre de 2019 e de 21,6% ante o quarto trimestre de 2019.

Do lado negativo, o banco registrou um prejuízo contábil de R$ 8,4 milhões, devido principalmente à variação da marcação a mercado de títulos e valores mobiliários mantidos em tesouraria, reflexo da queda de preço das suas próprias ações.

Mesmo desconsiderando a marcação a mercado, o lucro líquido seria de 11 milhões de reais, 55,6 por cento abaixo do trimestre anterior e 9,2 por cento abaixo do resultado do primeiro trimestre de 2019.

No geral, banco segue com ótima capacidade de atração de clientes, mas a monetização continua lenta. O prejuízo contábil de R$ 8,4 milhões deve pesar negativamente e, por isso, esperamos um impacto negativo no curto prazo para as ações do Banco Inter (BIDI11).

As ações do tipo units do Banco Inter (BIDI11) acumulam queda de 40% em 2020, comparado à queda de 30% do Ibovespa no mesmo período.

O resultado líquido ajustado de R$ 11 milhões no trimestre representou um baixo retorno sobre patrimônio líquido anualizado (ROAE) de 2,1% (5,6% em 2019).

Outro destaque positivo veio da plataforma aberta de investimento (PAI), com 601 mil investidores ativos e total de ativos sob custódia e gestão atingiu R$ 18 bilhões, aumento de 140% em relação ao mesmo período de 2019.

O custo do funding segue caindo significativamente e recuou para 58,6% do CDI devido ao aumento do volume de depósitos. Além disso, o Custo de Aquisição de Clientes atingiu R$ 24,28 por cliente. A queda de 4,3% no CAC na comparação trimestral reflete principalmente os ganhos em escala, otimização de sistemas e queda de custos de marketing.

De acordo com analistas, o banco parece ter conseguido estabilizar o seu custo de manutenção de clientes e melhorar a experiência do usuário, o que ajuda na manutenção dos clientes e geração de receita. Entretanto, a receita proveniente destes clientes ainda está longe de ser considerada satisfatória: no primeiro trimestre a receita média por cliente (ARPU) ficou em R$ 204,17, queda de 33,65 em relação ao mesmo período de 2019.

Em novembro, a empresa lançou seu “Super App”, aplicativo que reúne outras funções integradas como um marketplace próprio. Primeiro banco a entrar na briga para ser o super aplicativo dos brasileiros, concorre nesse segmento com a varejista Magazine Luiza (MGLU3), Mercado Livre e o aplicativo de delivery Rappi.

Junto às informações trimestrais, o Banco Inter também deu mais detalhes sobre o Intercel, sua linha de planos de dados e voz operados pela Surf Telecom. O objetivo é ampliar o leque de serviços em seu aplicativo, ampliando suas fontes de receita.

Atualmente, o Inter tem 400 mil clientes que fazem recarga de celular com o banco. No lugar de usar essa recarga em operadoras como Tim, Vivo ou outras, o objetivo é que o cliente use a Intercel. Serão oferecidos cinco planos, com preços que vão de R$ 25 a R$ 75, sendo pacotes de internet de 1,5 GB até 15 GB por mês.

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