Natural de Belém, capital do Pará, o jornalista Luiz Maklouf Carvalho morreu neste sábado, dia 16, aos 67 anos em decorrência de complicações de um câncer no pulmão. Ele era repórter do Estadão desde 2016.
Em relato que ele escreveu no próprio jornal em 2018, Maklouf explicou que se tratava de um tipo de câncer que afeta quem já foi fumante. “Não faz nenhuma diferença se você parou de fumar pra lá de 15 anos, como no caso”, explicou. Ele chegou a fumar três maços por dia e foi tratado com imuno-quimioterapia.
Maklouf lançou, no ano passado, um livro sobre a vida do presidente da República, Jair Bolsonaro, “O cadete e o capitão: A vida de Jair Bolsonaro no quartel”. A obra investiga o momento em que o atual presidente abandonou a carreira militar e ingressou na vida política, nos anos 1980.
Bacharel em direito pela Universidade Federal do Pará, o escritor e jornalsta se mudou para a cidade de São Paulo em 1983. É autor de “Mulheres que Foram à Luta Armada”, vencedor do Prêmio Jabuti de Reportagem de 1999, com história de militantes da esquerda revolucionária do sexo feminino que lutaram contra o regime militar (1964-1984). Também é autor de “Já Vi Esse Filme”, ganhador do prêmio Jabuti de 2007, que trata dos primeiros escândalos de corrupção do PT, entre 1984 e 2005. Maklouf também é autor de “O Coronel Rompe o Silêncio”, e coautor de “Vultos da República”.
Quando trabalhava, no Jornal da Tarde, do Grupo Estado, na década de 1990, Maklouf revelou o primeiro escândalo de corrupção do PT, o chamado “caso CPEM”, em referência a uma empresa de consultoria com esse nome. A reportagem ouviu a acusação do então dirigente petista Paulo de Tarso Venceslau, contra a empresa e o advogado Roberto Teixeira, compadre de Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente de honra do PT. A empresa seria contratada sem licitação por prefeituras petistas para prestar assessoria no setor de arrecadação de impostos. Em contrapartida, a consultoria daria dinheiro para campanhas do partido. Depois, o ex-dirigente também questionou o fato de Lula morar em imóvel de Teixeira de graça, durante oito anos.
Por Paula Reverbel
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