O Presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou, em entrevista na quinta-feira (7), que vai vetar o dispositivo que afrouxa o congelamento de salários de várias categorias do funcionalismo público. A mudança, feita pela Câmara dos Deputados, foi inserida no projeto de lei de auxílio a Estados e municípios e acabou desidratando as contrapartidas fiscais impostas ao repasse de recursos da União aos outros entes federativos.
O projeto de lei passou por longo debate nas Casas Legislativas e, após esforços da equipe econômica, tinha pouco impacto nas contas públicas: com o congelamento, seriam economizados cerca de R$ 130 bilhões em 18 meses. No entanto, o próprio presidente deu o sinal verde para que a base governista votasse favoravelmente a uma emenda que afrouxava as condições do congelamento, trazendo a cifra da economia para somente cerca de R$ 43 bilhões.
Após protestos da equipe econômica, o presidente voltou atrás e deve usar seu poder de veto para retomar o congelamento mais duro e de um número maior de categorias. Com o veto, o governo terá de articular na Câmara e no Senado para que ele não seja derrubado, tornando o esforço de Bolsonaro inócuo.
Diante de um quadro delicado para o fiscal brasileiro, desentendimentos de comunicação como o acima apenas desgastam o governo e prejudicam a economia brasileira. Em vez de escolher o caminho mais seguro, articulando na Câmara desde o início para não aprovar a emenda proposta, agora o Planalto terá que tomar o caminho mais longo – do veto presidencial – estando sujeito a nova derrota.
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