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Fitch reafirma rating do Brasil em BB-, mas rebaixa perspectiva da nota para negativa

(Foto: Shutterstock)

A agência de classificação de risco Fitch reafirmou na terça-feira (5) o rating do Brasil em BB-, mas rebaixou a perspectiva da nota de estável para negativa. O País continua sendo considerado um devedor de grau especulativo.

Segundo a Fitch, o rebaixamento da perspectiva – que indica a direção mais provável de mudança futura do rating – reflete a deterioração fiscal e econômica devido à pandemia do coronavírus e a incerteza política, que inclui as tensões entre o Executivo e o Congresso. Segundo a agência, esses fatores podem prejudicar as reformas e a capacidade do governo manter seus gastos sob controle.

Apesar da queda da perspectiva, o rating permaneceu inalterado. Segundo a Fitch, isso decorre das reservas internacionais robustas e da capacidade de resistir aos choques externos devido ao câmbio flutuante.

A agência informou que espera uma retração de 4% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. “As perspectivas econômicas deterioraram-se acentuadamente devido aos crescentes desafios externos, incluindo a desaceleração significativa da China (um parceiro comercial importante)”, informou a Fitch.

A Fitch contou o que todo mundo já sabia já faz algum tempo. É importante notar que não é algo no Brasil, mas sim mundial.

Nesta quarta-feira (6), logo antes da abertura do mercado por aqui, a Automated Data Systems (ADP) divulgou 20,236 milhões de demissões nos Estados Unidos em abril, referindo-se aos trabalhadores do setor privado e das atividades não agrícolas. Uma das maiores processadoras de folhas de pagamento americanas, a ADP criou um indicador de emprego bastante consultado. A queda em abril foi muito superior às 27 mil demissões de março e, segundo a ADP, “ainda não reflete totalmente as medidas para conter a epidemia do coronavírus, pelo fato de a coleta ter se encerrado no dia 12 de abril.”

Apesar do número de ADP não vir tão diferente do que era esperado pelos analistas, a grandeza do número acaba assustando todo mundo. As cotações do petróleo que voltavam a subir pela manhã, com petróleo americano do tipo WTI aproximando-se dos US$ 25 por barril e o preço do Brent, que serve de referência para Petrobras, superaram a US$ 30, inverteram a tendência após a divulgação do ADP e estão em queda.

Nos EUA, os futuros de índices de ações sobem na manhã desta quarta-feira depois que o presidente Donald Trump pressionou novamente para reabrir a economia. Trump disse na terça-feira que os americanos devem retornar à vida cotidiana, mesmo que isso leve a mais mortes.

Na Alemanha, a teleconferência entre os governadores alemães e a primeira-ministra Angela Merkel marcada para hoje deverá confirmar a autorização para os governos regionais decidirem o ritmo de reabertura da economia, incluindo universidades, restaurantes, bares, hotéis, feiras e salões de beleza. E no Reino Unido, a volta às atividades se dará em três etapas. A primeira é a reabertura de pequenas lojas e locais de trabalho ao ar livre, a segunda é a reabertura de lojas maiores e shopping centers, e, finalmente, vão voltar às atividades bares, hotéis, restaurantes, bares e instalações de lazer.

Isso animou os mercados. Na volta de cinco dias de paralisação, as ações subiram 0,7% em Xangai e 1,7% em Seul. Na Europa, o movimento das ações é levemente positivo.

No fim da tarde de ontem, foi divulgado o depoimento do ex-ministro Sérgio Moro que não trouxe nenhuma novidade, o que foi dito é mais do mesmo.

Com o arrefecimento da tensão política, os investidores deverão ficar atentos ao movimento do mercado internacional. Espera-se um dia com uma certa volatilidade, em que o mercado futuro do índice S&P 500 está abrindo em leve alta e os contratos futuros do Ibovespa também.

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