Recentemente, alguns shoppings centers começaram a reabrir pelo Brasil. Até esta segunda-feira (4), 73 centros comerciais deverão estar abertos no País, conforme a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Mas isso não significa necessariamente um respiro para os comerciantes.
Segundo relatos de lojistas de diferentes regiões do País, as vendas médias têm ficado até 80% inferiores às normais. Com direito a alguns agravantes, como a insegurança jurídica e a alta de custos.
Os consumidores simplesmente não têm aparecido em boa parte dos centros comerciais que voltaram a funcionar depois que a pandemia de Covid-19 se espalhou pelo País.
Para analistas, a notícia é negativa para as ações de empresas de shopping centers no curto prazo (ALSO3, BRML3, IGTA3, MULT3). Se ficar fechado era ruim, reabrir nessas circunstâncias não resolve a vida das empresas do setor. Como a chance de o lojista ganhar a causa judicialmente é grande já que o movimento que o shopping oferece hoje não justifica pagar o que foi contratado, o caminho mais provável é de uma renegociação dos preços de aluguel entre lojistas e empresas de shopping.
Além da queda na receita, em alguns casos o custo de operar subiu já que algumas mercadorias ficaram mais caras, pois passaram a ser compradas em menor quantidade.
Segundo o diretor de operações da rede de restaurantes Divino Fogão: “Ficar aberto não tem pagado nem os custos de mercadoria.” O movimento nas unidades da rede em shoppings de Campo Grande (MS) e Santa Catarina está 80% abaixo do normal. Já em Betim (MG), a queda é de 73%.
A situação varia conforme a região do país. Em Florianópolis, por exemplo, o transporte público não foi liberado e a ampla maioria dos funcionários depende dele para trabalhar. A situação levou Tito Bessa Júnior, dono da rede de vestuário TNG, a afirmar que fechará duas lojas em Santa Catarina.
Em um momento em que o consumidor está com medo de sair de casa e de gastar, o impacto deve ser maior sobretudo nos shopping centers mais focados no público de média renda como Aliansce Sonae (ALSO3) e brMalls (BRML3).
Em 2020, enquanto Iguatemi (IGTA3) e Multiplan (MULT3) recuam 37,5% e 36,9%, respectivamente, ALSO3 e BRML3 tem desempenho mais negativo: queda de 44,3% e 44,4%, respectivamente. O Ibovespa tem queda de 30,4% no mesmo período.
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