A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (CSMG3) divulgou, no dia 30 de abril, seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2020. A sua receita foi boa e em linha com as expectativas, mas o Ebitda e o lucro líquido e vieram abaixo do esperado.
O principal destaque positivo foi a receita, que registrou o total de R$ 1,2 bilhão com crescimento de 9,5% na comparação anual e acima do crescimento dos custos e despesas, que aumentaram 7,5% na mesma base.
Já o destaque negativo foi a queda nos lucros, cujo resultado foi de R$ 160 milhões no período e 13% abaixo do apresentado no 1T19. O lucro menor foi reflexo da variação cambial sobre dívida em moeda estrangeira.
Para analistas, os resultados apresentados pela Copasa foram regulares, com lucro abaixo do esperado, mas acreditamos que o mercado prestará mais atenção aos impactos do Covid-19 na operação da empresa, com aumento do nível de inadimplência. Esperamos impacto negativo no preço das ações no curto prazo.
O principal responsável pelo crescimento da receita foi o reajuste tarifário médio de 8,38% – autorizado em agosto do ano passado, o que compensou a queda nos volumes medidos de água (-1,7%) e esgoto (-0,8%) neste trimestre.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 474 milhões, com margem Ebitda de 38,1%, queda de 0,3 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2019.
Por fim, a queda no lucro líquido foi decorrente da maior despesa financeira do período, cujo montante total foi de R$ 92 milhões, mais que o dobro da despesa apresentada no primeiro trimestre de 2019. O aumento do custo da dívida é devido à valorização do dólar e do euro, dado que cerca de 10% da estrutura da dívida da companhia é atrelada a tais moedas.
A relação dívida líquida/Ebitda foi reduzida na comparação com o mesmo período do último ano: passou de 2,0x para 1,5x. Este ponto é importante e positivo para os acionistas da empresa, pois a sua política de dividendos é relacionada a este indicador e sua queda pode representar maiores distribuições à frente, principalmente após o entendimento dos impactos da pandemia da Covid-19 nas operações da empresa.
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