Como muitos netos, Luiz Andrade estava sentindo falta de visitar a avó e poder abraçá-la. Porém, em respeito às medidas de distanciamento social para o combate ao novo coronavírus, o jeito que ele encontrou para essa interação foi fazer uma serenata, na calçada da casa dela. Luiz conta que o costume de tocar violão com a avó vem de antes da quarentena e que, inclusive, ela própria também gosta de cantar, mesmo já estando com a voz mais cansada.
O rapaz brinca que a avó canta melhor que ele e conta que a dona Carmen da Silva adora o cantor Nelson Gonçalves. Para Luiz, ela está se sentindo meio sozinha na quarentena, principalmente porque fazia pouco tempo que seu avô tinha falecido – antes da pandemia do coronavírus. Mas os dois ficaram bastante felizes com a serenata: “eu tenho certeza que deu uma animada nela”, diz o neto.
Luiz é integrante do Grupo Querosene, que toca samba em festas de formatura, aniversários e bares de São Paulo. Augusto Melcher, membro que está desde a formação em meados de 2016, explica que o grupo nasceu de uma reunião de estudantes de diferentes faculdades que tinham a mesma vontade de proporcionar a experiência de uma roda de samba. Luiz entrou em 2018, depois de conhecê-los numa festa universitária e de se destacar tocando cavaco em um bar perto da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). “Então eu toco violão, eu canto, eu brinco e é isso aí”, ele conta. “Amo muito e estou com muita saudade de fazer show e de ver todo mundo”, confessa.
Por Iolanda Ribeiro Paz
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