O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, chegou às 13 horas desta sábado, 2, pelos portões dos fundos da sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), para depor para a PF e para a Procuradoria Geral da República (PGR) sobre as denúncias feitas contra o presidente Jair Bolsonaro durante seu discurso de despedida do governo. O ex-juiz federal será assistido de um advogado.
Antes da chegada do ministro, um grupo de apoiadores do presidente (menos de 100 pessoas) ficou desde as 10 horas na frente da sede da PF com palavras de ordem contra Moro e a imprensa. Uma das coordenadoras, Paula Milani, se recusou a falar com a imprensa, assim como outros militantes. “Com tantos crimes maiores, porque ele quis se voltar contra o presidente e sua família?”, gritavam do carro de som.
Militantes tomavam o microfone e chamavam Moro de “Judas”, “rato”, e chegaram a falar que “a biografia do Moro deveria ser jogada na privada”, entre outros xingamentos. “Porque não investigava quem tentou matar o presidente?”, gritavam.
Com Moro já no interior da sede, cobraram sua presença. “Não teve dignidade de vir dar oi para as duas únicas pessoas que estão aqui defendendo, pois todas outras estão com o presidente”, disse uma manifestante.
Cerca de cinco apoiadores de Moro levavam faixas de apoio. O consultor Marcos Silva disse que acreditava em Moro e não merecia esse tratamento. “Acreditamos na honestidade de Sergio Moro, assim como ele fez na Lava-Jato ele tentou fazer no Ministério da Justiça, mas chegou perto dos filhos do presidente”, disse.
O servidor público Alvaro Faria também estava presente e vestia uma camiseta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi condenado pela Operação Lava Jato. O manifestante fez críticas ao ex-juiz federal. “Faço questão de estar aqui para ver Moro depondo, ele que vazou áudios ilegalmente para prejudicar Dilma e Lula, que inflamou uma manifestação que iria acontecer depois, merece responder por isso também”, comentou. Minutos depois, o apoiador de Lula precisou ser retirado do local.
Em outro momento, um cinegrafista da RIC teve seu equipamento atingido por uma manifestante, que foi contido pela Polícia Militar e levado para fora da área de imprensa. Após a tentativa de agressão, a PM precisou reforçar seu contingente em frente à sede da PF.
Por Julio Cesar Lima, especial para O Estado
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