A Vale (VALE3) divulgou na terça-feira (28), após o fechamento do mercado, seus números referentes ao primeiro trimestre de 2020. O resultado foi bom e em linha com as expectativas em termos de receita líquida e de Ebitda, mas abaixo do esperado em relação ao lucro líquido.
O destaque positivo foi a recuperação do Ebitda, que totalizou US$ 2,8 bilhões, revertendo o resultado negativo de US$ 652 milhões obtidos no primeiro trimestre de 2019, quando os resultados incluíram provisões relacionadas ao acidente de Brumadinho.
Com isso, a companhia reverteu o prejuízo daquele trimestre de US$ 1,6 bilhões para um lucro líquido de US$ 239 milhões nestes três primeiros meses de 2020.
Já o destaque negativo foi a queda do seu resultado financeiro, que saiu de um resultado negativo de US$ 706 milhões no primeiro trimestre de 2019 para US$ 2,3 bilhões negativos no primeiro trimestre deste ano. A piora do resultado financeiro foi causada pela marcação a mercado dos seus contratos de derivativos, desvalorizados por conta da alta do dólar.
O resultado da Vale foi bom e em linha com as expectativas. Analistas esperam um impacto levemente positivo no preço das suas ações (VALE3) no curto prazo, beneficiadas pela alta nas Bolsas asiáticas ao longo da madrugada desta quarta-feira (29) e pela estabilidade dos preços de minério de ferro.
Em 2020, as ações da Vale recuam consideravelmente menos do que o Ibovespa, com uma queda de 16,3% frente à baixa de 29,7% do índice.
A queda de 15% na receita líquida, para US$ 6,9 bilhões, já era esperada, pois a empresa já havia divulgado o resultado operacional com redução na produção e vendas de minério por conta da pandemia da Covid-19.
A receita líquida e o Ebitda, mesmo reduzidos devido à queda no volume vendido, mostraram-se resilientes e podem ser considerados resultados bastante satisfatórios para o período.
O resultado da Vale foi beneficiado pela resiliência dos preços do minério de ferro, que ficaram na média dos US$ 89 por tonelada no período, acima dos US$ 82,7 registrados no mesmo período do ano passado. Além disso, a escalada alta do dólar também repassou ganhos na sua linha de receitas, o que ajudou a compensar os volumes mais baixos de produção no período.
A geração de caixa totalizou US$ 380 milhões no trimestre, uma desaceleração em relação ao quarto trimestre de 2019 (US$ 1,387 bilhão).
Dessa forma, a Vale fechou o primeiro trimestre com sua dívida líquida praticamente estável em US$ 4,8 bilhões, menor nível desde 2008. Agora, a sua relação dívida líquida/Ebitda está em 0,3x.
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