A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindipetro-Norte Fluminense vão solicitar a interdição de unidades de produção da Petrobras à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e à Vigilância Sanitária. As entidades argumentam que há risco de crescimento de contágio da covid-19 nas plataformas e registros de novos casos em sete delas – P-26, P-50, P-18, P-35, P-20, P-33 e P-62.
O Sindipetro-NF, que representa empregados da Bacia de Campos, no litoral do Rio, diz receber até três denúncias de que trabalhadores têm deixado as embarcações diariamente com sintomas da doença.
“Há relatos crescentes de trabalhadores com medo e psicologicamente abalados. Embora a Petrobras tenha anunciado o início de testes rápidos em trabalhadores que vão embarcar, FUP e Sindipetro-NF apontam falhas nesse processo”, informou a FUP em comunicado à imprensa.
Segundo a entidade, no principal aeroporto de deslocamento dos petroleiros, em Campos dos Goytacazes (RJ), ainda não está sendo realizada testagem, que vem acontecendo somente no aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“E como várias unidades estão registrando casos suspeitos e confirmados da covid-19, a testagem de quem desembarca, que deveria ser feita, não está ocorrendo, o que coloca em risco seus familiares na volta para a casa. Mesmo a locomoção dos funcionários está sendo feita de uma maneira irregular. Vans e helicópteros seguem operando com a sua capacidade normal, gerando aglomerações”, afirma a FUP.
A federação diz ainda que não estão sendo realizados testes nas unidades operacionais terrestres – refinarias, terminais, unidades de tratamento de gás e termelétricas. ” A negligência da atual gestão da Petrobrás com seus trabalhadores, principalmente com os embarcados, vai obrigar que as unidades parem, pela contaminação das pessoas”, diz o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel.
Por Fernanda Nunes
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