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Seguro-desemprego: setor de serviços é o primeiro a demonstrar efeitos da crise

O setor de serviços é o primeiro a demonstrar, nos dados oficiais, o efeito da crise econômica gerada pela pandemia de coronavírus. De acordo com o balanço divulgado pelo Ministério da Economia, o número de pedidos de seguro-desemprego feitos no mês de março aumentou 1,42% nesse ramo da economia, passando de 206.174 no mês em 2019 para 209.105 no mesmo período deste ano. Os dados de abril ainda não foram divulgados.

O maior aumento se dá no segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, onde as solicitações do benefício subiram 5,25%. Também houve alta pequena em pedidos por empregados da administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, de 0,5%.

O setor de serviços foi o único que apresentou aumento nos pedidos em março, mas o dado não reflete o total de desempregados na crise. O próprio governo admite que o número deve ser maior do que aqueles que deram entrada no seguro-desemprego e estima que há uma fila de cerca de 200 mil pessoas que já perderam seus empregos entre março e a primeira quinzena de abril e ainda pediram o benefício.

Com isso, ao invés de cair de 866.735 entre março e abril de 2020 para 804.538 nesses 45 dias, o número de pedidos do seguro-desemprego deve ter aumentado em cerca de 150 mil, segundo as projeções do Ministério da Economia.

Setores

Nos demais setores, houve recuo, sem considerar a fila dos que ainda não fizeram a solicitação. Na construção, queda de 15,4%, de 54.207 para 45.812. Na indústria, o recuo foi de 6,69%, com as solicitações passando de 97.676 em março de 2019 para 91.141 em março deste ano. Já o recuo no comércio foi de 2,85%, de 161,466 para 156,852. Na agropecuária, o número de pedidos apresentados caiu 0,9% de março de 2019 para o mesmo mês em 2020, de 34.256 para 33.935.

Por Lorenna Rodrigues

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