A Hypera Pharma (HYPE3), antiga Hypermarcas, divulgou o resultado do primeiro trimestre de 2020 na última sexta-feira (24), após o fechamento dos mercados. O resultado foi regular e veio abaixo das expectativas em termos de receita líquida e Ebitda.
Do lado positivo, o destaque ficou por conta da receita líquida que apresentou um aumento de 112,5%, enquanto as vendas aos consumidores (sell-out) cresceram 11,1% no período, alcançando crescimento de dois dígitos pelo quarto trimestre consecutivo.
Do lado negativo, lucro líquido apresentou uma queda de 25,8% para R$ 238,2 milhões. O Ebitda atingiu R$ 248,7 milhões, redução de 38% em relação ao 1T19.
Para analistas, a reação do mercado ao resultado deverá ser negativo num primeiro momento. Assim, espera-se um impacto negativo no preço das ações (HYPE3) no curto prazo. No entanto, especialistas entendem que a aquisição do portfólio único da Takeda, junto com a aquisição do Buscopan anunciada em dezembro, tem efeito transformacional na plataforma da companhia enquanto seguimos otimistas com os números do próximo trimestre.
A receita totalizou R$ 815 milhões no trimestre, valor superior aos R$ 383,6 milhões obtidos no mesmo período no ano passado, consequência principalmente da redução nas vendas de Produtos de Prescrição e Consumer Health no 1T19 com o objetivo de diminuir o nível de estoque desses produtos naquele período.
Segundo a companhia, o aumento no movimento dos consumidores às farmácias em busca de medicamentos como antigripais e vitaminas não foi capturado na receita da empresa do período, o que deve se refletir no balanço do segundo trimestre.
O Lucro Bruto quase triplicou ao passar de R$ 185,9 milhões no 1T19 para R$ 543,1 milhões no 1T20, com expressivo aumento de 18,1 pontos percentuais na Margem Bruta. O aumento na margem pode ser explicada pelo efeito mix de produtos, consequência das menores vendas de Produtos de Prescrição e Consumer Health no 1T19, que possuem maior Margem Bruta. A margem bruta foi impactada positivamente em 2,2 pontos percentuais pela redução da ociosidade nas fábricas de medicamentos e negativamente em 0,7 ponto percentual devido à desvalorização cambial no período.
O crescimento da margem bruta é explicado pela baixa base de comparação do primeiro trimestre de 2019. A margem Ebitda foi de 30,5% no trimestre, beneficiada por um crédito de PIS/COFINS de R$ 30 milhões.
O Lucro Líquido totalizou R$ 238,2 milhões no 1T20, e foi beneficiado pela redução da taxa efetiva de imposto de renda por conta da declaração de Juros Sobre Capital Próprio no 1T20 no montante de R$ 185,5 milhões, ou R$ 0,29 por ação (15,2% superior ao montante declarado no 1T19).
A Hypera Pharma também optou por fortalecer ainda mais sua liquidez de curto prazo com empréstimos de R$ 595 milhões em março e abril. A Companhia também aprovou nova emissão de debêntures de longo prazo, no valor de 3,5 bilhões ao custo de CDI+1,5 por cento ao ano, para o pagamento pelo portfólio de medicamentos a ser adquirido da Takeda, estimado para o 4T20.
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