O Banco Mundial reconheceu que a pandemia de coronavírus afetou tanto demanda quanto a oferta de commodities, mas ponderou que a verdadeira escala e duração dos impactos vão depender da evolução do vírus e das respostas de governos à crise. “A pandemia tem o potencial de causar mudanças permanentes na demanda e na oferta de commodities, e sobretudo nas cadeias produtivas que levam esses produtos de produtores a consumidores”, destaca a instituição, em relatório sobre a conjuntura no mercado de commodities, divulgado nesta quinta-feira, 23.
No setor de energia, o Banco projeta que a demanda por petróleo cairá 9,3 milhões de barris por dia (bpd) este ano, a cerca 91,7 milhões de bpd. Com isso, o preço médio do barril ficará em US$ 35, uma queda de 43% em relação a 2019, embora o relatório não tenha especificado qual dos tipos de óleo é usado como referência.
Segundo a análise, os esforços recentes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com ajuda de aliados, para cortar produção aliviarão algumas das pressões. “No entanto, no longo prazo, o novo arranjo, à medida que apoia os preços, ficará sujeito às mesmas forças – emergência de novos produtores, além de substituição e ganhos de eficiência – que levaram ao colapso de acordos anteriores”, destaca.
Em relação às commodities agrícolas, a instituição enxerga a maioria dos mercados alimentícios bem abastecida, apesar de preocupações sobre segurança alimentar terem surgido em meio ao anúncio de restrições à exportação de alimentos. “O Banco Mundial se junta a outras organizações no pedido por ações coletivas para manter comércio de alimentos fluindo entre países”, ressalta.
Diante do cenário, o relatório pontua que os países emergentes e dependentes das commodities estão entre os mais vulneráveis na crise da covid-19, com redução na demanda por exportações e disfunções nas cadeias produtivas.
Por André Marinho
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