Empresas de diferentes setores definem como negativo ou muito negativo os reflexos da pandemia sobre seus negócios. O porcentual de empresários com essa percepção chegou a 94,3% entre as empresas do setor da construção, sendo seguidos por serviços (91,7%), principalmente os segmentos de alojamento, serviços de transporte rodoviário e obras de acabamento, entre os quais mais de 75% consideraram que foram afetadas muito negativamente.
É o que mostra um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em abril até o dia 17, com 2987 empresas.
Os dois principais motivos apontados para o pessimismo foram a redução da demanda e paralisação parcial ou total por questões de saúde.
Em março, quando a FGV avaliou pela primeira vez os reflexos da paralisação de parte da economia, o setor de serviços foi o que menos projetava impacto em suas atividades, mas os resultados prévios da confiança de abril mostraram que eles são os que têm a maior queda no nível de confiança.
Segundo a pesquisa, a indústria apontou dificuldades no fornecimento de insumos importados, afetando principalmente os segmentos de bens duráveis e de capital. Vestuário (87,8%), couros e calçados (81,8%) e veículos automotores (79,7%) são os que possuem maior proporção de empresas reportando impacto muito negativo em seus negócios.
Ainda de acordo com a pesquisa, com a mudança de hábito de consumo, alguns empresários perceberam melhora em seus negócios, majoritariamente de empresas dos segmentos ligados a alimentos, fabricação de produtos alimentícios e comércio de hiper e supermercados, fabricação de produtos farmacêuticos, além de empresas de produtos de plástico e serviços da construção relacionadas à parte hidráulica, ventilação ou refrigeração.
Por Francisco Carlos de Assis
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