A incorporadora Helbor (HBOR3) divulgou na noite da última quinta-feira (16) sua prévia operacional do primeiro trimestre de 2020.
O resultado foi bom em termos de vendas contratadas, especialmente venda de estoque pronto, e volume de entregas, o que deve impulsionar a geração de caixa no trimestre. Do lado negativo, foi possível perceber um aumento considerável no cancelamento de vendas (distratos).
Como a empresa antecipou seus lançamentos para o 4T19, não houve novos lançamentos no primeiro trimestre deste ano.
O volume de vendas atingiu R$ 242 milhões (parte Helbor), o maior volume de vendas dos últimos seis anos mesmo em um trimestre sem lançamentos.
A velocidade de vendas (VSO) atingiu 11,9% no primeiro trimestre, acima dos 9,7% apresentados no mesmo período de 2019. Este foi o melhor VSO registrado no primeiro trimestre desde 2014.
Analistas esperam impacto ligeiramente positivo no preço das ações da Helbor (HBOR3) no curto prazo, pois o resultado operacional da Helbor no trimestre deverá impulsionar a geração de caixa e a redução do endividamento.
Por outro lado, o resultado mostrou os primeiros impactos da quarentena do Covid-19: adiamento de lançamentos e aumento dos distratos devido à queda renda, com fechamento dos stands de vendas devido à quarentena.
Os distratos representaram 23,4% das vendas brutas no trimestre, bem acima dos 9,8% registrados no trimestre anterior. O lado positivo é 72% do forte volume de vendas correspondem a unidades concluídas, o que deve se traduzir em geração de caixa para a companhia.
As primeiras prévias operacionais das empresas do setor nos fazem acender o sinal amarelo sobre a expectativa de bons números para seus respectivos resultados trimestrais que devem ser divulgados em maio.
A paralisação começou a poucas semanas e a amostragem ainda é pequena, porém, a tendência é que estes os cancelamentos de vendas (distratos) aumentem no segundo trimestre de 2020. A classe média vinha se recuperando, mas muitos trabalhadores podem ter sua renda impactada durante o período.
O setor de construção civil vinha de forte retomada em 2019, especialmente para o segmento de média e alta renda. Agora, as empresas do setor se veem obrigadas a adiar lançamentos devido ao fechamento dos stands de vendas devido à quarentena do Covid-19.
O principal catalisador das ações do setor será o comportamento do cancelamento de vendas que tanto afetou o setor no passado. Os primeiros sinais, pedidos de renegociação dos contratos e atrasos nos pagamentos já começaram.
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