Ainda sem um balanço do número de fábricas gaúchas voltando a produzir, em plena escalada da epidemia do novo coronavírus, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) afirma que o governo do Estado deve começar a permitir a abertura do comércio em cidades gaúchas. Segundo Gilberto Porcello Petry, a ideia é que estabelecimentos com até dez funcionários sejam autorizados a reabrir, “desde que seguindo os protocolos internacionais de segurança estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”.
Segundo a entidade, em comunicado, houve pedidos de industriais de todo o Rio Grande do Sul para que outras medidas sejam tomadas para a reativação da economia. “Quando você para a atividade de uma indústria, normalmente não entra com 100% da operação de uma vez na retomada”, diz Petry. “A indústria só produz se tiver onde desovar, não adianta o fabricante do calçado, por exemplo, se não vai vender”.
Segundo ele, a falta de demanda pode se tornar irreversível para alguns setores, como é o segmento de moda, com a aproximação do inverno, com as lojas fechadas e sem vendas. “Ninguém vai encomendar e comprar se não sabe se vai vender”, diz.
Ontem, o Brasil registrou novo recorde de mortes pelo novo coronavírus, com 204 óbitos decorrentes da doença em um intervalo de 24 horas, um aumento de 15% em relação ao dia anterior. No total, o País possui até o momento 1.532 mortes confirmadas e 25.262 casos confirmados. De segunda para terça, houve registro de 1.832 novos casos, um aumento de 8% em um dia. Com isso, a taxa de letalidade está em 6,1%. A OMS recomenda o isolamento físico para evitar a proliferação da pandemia.
O Estado que possui maior número de casos é São Paulo (9.371), seguido por Rio de Janeiro (3.419), Ceará (2.005), Amazonas (1.484), Pernambuco (1.284), Minas Gerais (884) e Santa Catarina (826).
Por Cristiane Barbieri
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