Após uma manhã de perdas, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou em queda nesta quarta-feira, 15, aos 78.831,46 pontos, uma perda de 1,36%. O dólar também teve uma nova escalada nas negociações e fechou cotado a R$ 5,24, uma alta de 0,99%.
O Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, abriu esta quarta em forte queda, baixando para os 77 mil pontos. Na mínima do dia, às 10h12, ele já cedia aos 77.513,58 pontos. O resultado seguiu até o início da tarde, quando a Bolsa começou a retomar o ritmo de alta dos dias anteriores. Às 14h15, ela recuava apenas 0,06%, aos 79.868,96 pontos. No entanto, o movimento não foi o bastante e ela tornou a fechar em queda.
Com os números de hoje, a B3 não conseguiu manter o patamar dos 79 mil pontos alcançados na última terça-feira, 14. O resultado não apenas frusta o movimento de alta do pregão anterior, quando a Bolsa bateu no patamar dos 81 mil pontos (algo inédito desde o início da crise do novo coronavírus – causador da covid-19), como também a sequência de duas altas seguidas, que foram acompanhadas nos fechamentos desta semana.
Porém, a B3 não foi a única a decepcionar. A moeda americana também vive nova escalada nesta quarta. Pela manhã, o dólar já abriu em alta de 0,71%, sendo negociado a R$ 5,22. A oscilação seguiu ao longo do dia, com a moeda subindo a R$ 5,23, R$ 5,24 e R$ 5,25. Na máxima do dia, ela era cotada a R$ 5,26.
Novamente, os resultados frustram o mercado, que vinha acompanhando a queda no valor da moeda. Na última terça ela fechou cotada a R$ 5,19, após atingir a mínima de R$ 5,15, enquanto que na segunda-feira, 13, ela fechou negociada a R$ 5,18, após bater na mínima de R$ 5,12. No ano, o dólar já soma valorização de 30%, enquanto que na comparação com abril de 2019, esse número salta para 35%.
Cenário local
No noticiário do começo da tarde, o Bradesco avalia emitir entre R$ 8 bilhões e R$ 12 bilhões para testar a nova letra financeira garantida (LFGs) em ativos de crédito ou mobiliários. A operação deve ocorrer, conforme o vice-presidente do banco, Cassiano Scarpelli, na semana que vem, quando ocorre a primeira janela autorizada pelo Banco Central no âmbito das medidas que tomou para injetar liquidez no sistema financeiro por conta da crise do novo coronavírus.
Cenário internacional
No exterior, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que o crescimento na Ásia deve ser de zero neste ano, um desempenho pior do que o registrado na Grande Recessão. “Mas a China está em processo de reabertura e seu PIB deve subir 1,2% em 2020 e terá um incremento bem maior de 9,2% em 2021.”
A América Latina e Caribe registram profunda recessão provocada pela pandemia da covid-19, que deve levar a região a uma queda do PIB de 5,2% neste ano, com parcial recuperação em 2021, quando haverá expansão de 3,4%.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, lamentou em entrevista coletiva o fato de que na noite de de terça o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha anunciado a suspensão de financiamento à entidade. “Os EUA têm sido um amigo duradouro e generoso para a OMS e esperamos que continue a ser”, afirmou a autoridade.
Petróleo
A commodity teve um novo dia de quedas nesta quarta e encerrou pela primeira vez, em mais de 18 anos, abaixo de US$ 20. Os resultados vieram após a Agência Internacional de Energia (AIE) projetar queda de 9,3 milhões de barris por dia (bpd), na demanda deste ano. Já nos Estados Unidos, os investidores acompanham com cautela o estoque de 19,248 milhões de barris do petróleo no país, um nível considerado como recorde.
Como consequência, o WTI para maio, referência no mercado americano, fechou em queda 1,19%, a US$ 19,87, no valor mais baixo desde fevereiro de 2002. Já o Brent para junho, referência no mercado europeu, recuou 6,45%, a US$ 27,69.
Bolsas do exterior
As Bolsas asiáticas fecharam sem sentido único nesta quarta. Na China continental, o índice Xangai Composto recuou 0,57% e o menos abrangente Shenzhen Composto, caiu 0,53%. Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei teve queda de 1,72% em Tóquio e o Hang Seng se desvalorizou 1,19% em Hong Kong, mas o Taiex subiu 1,11% em Taiwan. Na Coreia do Sul, não houve negócios hoje devido a eleições legislativas locais. Já na Oceania, a bolsa australiana encerrou o pregão no vermelho, com o S&P/ASX 200 recuando a 0,4% em Sydney.
Já as Bolsas da Europa fecharam em queda generalizada. Em Londres, o FTSE 100 caiu 3,34%, enquanto em Paris, o CAC 40 teve baixa de 3,76%. Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX registrou queda de 3,90% e o FTSE Mib recuou 4,78% em Milão. Já o Ibex 35 cedeu 3,79% em Madri e o PSI 20 recuou 2,20% em Lisboa./LUÍS EDUARDO LEAL, SÉRGIO CALDAS, FELIPE SIQUEIRA, ANDRÉ MARINHO E MAIARA SANTIAGO
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