Após recuar 0,01% em janeiro (dado revisado), a economia brasileira teve resultado positivo em fevereiro de 2020. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,35% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta Terça-feira (14) a instituição.
Em fevereiro, os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia ainda não haviam se intensificado, o que justifica os dados mais favoráveis do IBC-Br. A tendência é de que os números de março, a serem divulgados apenas em maio, revelem maior impacto da pandemia sobre a atividade econômica.
De janeiro para fevereiro, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 139,18 pontos para 139,67 pontos na série dessazonalizada. Este valor iguala o de novembro do ano passado.
A alta do IBC-Br ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Broadcast Projeções, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que esperavam resultado entre -1,00% e +0,62% (mediana em +0,20%).
Na comparação entre os meses de fevereiro de 2020 e fevereiro de 2019, houve alta de 0,60% na série sem ajustes sazonais. Esta série encerrou com o IBC-Br em 134,31 pontos em fevereiro. Este é o melhor resultado para meses de fevereiro desde 2015 (136,82 pontos).
O indicador de fevereiro de 2020 ante o mesmo mês de 2019 mostrou desempenho abaixo do apontado pela mediana (+0,70%) das previsões de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Broadcast Projeções (+0,08% a +1,00% de intervalo).
Conhecido como uma espécie de “prévia do BC para o PIB”, o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2020 é variação zero.
No entanto, o próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, já afirmou publicamente que esta projeção está defasada, considerando os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a atividade. No Relatório de Mercado Focus divulgado pelo BC na segunda-feira, 13, a projeção é de queda de 1,96% do PIB em 2020.
Por Fabrício de Castro
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