Após a paralisação da economia chinesa em meados de janeiro e fevereiro atingir a movimentação de contêineres nos terminais portuários brasileiros, as medidas de isolamento social impostas pelos governos brasileiros e europeus devem resultar em quedas ainda maiores nos volumes transportados a partir deste mês de abril.
Além da retração da demanda devido ao fechamento das unidades produtivas locais, a volatilidade do câmbio, bem como seu patamar mais alto, desestimulam as importações por parte das empresas brasileiras, que avaliam com certa cautela a possibilidade de serem surpreendidas com a queda na cotação das moedas internacionais após o fechamento das suas compras.
O volume de contêineres importados da China apresentou queda de 25 a 30% nos principais portos do país (Santos e Itajaí/Navegantes) em março.
De acordo com analistas, a notícia é negativa para as empresas de navegação marítima e operadoras portuárias, como a Santos Brasil (STBP3), única empresa do segmento listada na bolsa de valores de São Paulo. As suas ações acumulam uma queda de 51% no ano, ante a queda de 32,8% no Ibovespa.
Contudo, a empresa divulgou números operacionais favoráveis no primeiro trimestre de 2020, com pouco impacto na movimentação de contêineres. Como há um “efeito-defasagem” devido ao prazo de até 40 dias na qual a carga fica embarcada, os efeitos do coronavírus poderão ser maiores entre abril e maio, atingindo em cheio o segundo trimestre da companhia.
No Tecon-Santos Brasil, principal terminal operado pela Santos Brasil, o volume de contêineres em março foi de 85 mil, uma queda de apenas 1% no comparativo com o mesmo mês do ano passado.
Já no primeiro trimestre deste ano houve um crescimento anual de volume de 7%. Nos últimos 12 meses o volume foi de 1,024 mil, 12% acima do registrado no mesmo período anterior.
O principal catalisador das ações da Santos Brasil (STBP3) é a duração da quarentena no Brasil e nos principais destinos das cargas operadas, como na Europa e nos Estados Unidos.
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