O Instituto Internacional de Finanças (IIF) revisou para baixo sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) global e passou a prever contração de 2,8% em 2020, o que significa que o “choque causado pela covid-19 será mais acentuado do durante a crise financeira de 2008”. Em relatório divulgado nesta quinta-feira, 9, a instituição também estimou que a economia brasileira, “não tendo se recuperado totalmente da recessão de 2015”, encolherá 4,1% neste ano.
Segundo o documento, o crescimento da China deve desacelerar a 2,1% em 2020.
O Instituto calcula ainda fortes retrações na atividade econômica de Estados Unidos (-3,8%), Japão (-4,2%) e zona do euro (-5,7%) neste ano. “Nossa previsão assume que haverá estabilização e recuperação parcial no segundo semestre do ano, uma premissa que está sujeita a riscos”, destaca.
Na avaliação do IFF, as economias emergentes serão as mais afetadas pela recessão, com PIB da América Latina registrando queda de 5% no ano.
A instituição explica que esses países registraram fuga de capital recorde no primeiro trimestre, superando o auge da crise de 2008. “Uma combinação do choque da covid-19 com substancial queda nos preços do petróleo, após o fracasso das negociações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), causou uma saída de capitais de US$ 83 bilhões só em março”, pontua.
O Instituto ressalta que, em meio à crise, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tomou algumas medidas para apoiar a liquidez de mercados emergentes, entre elas a implementação de linhas de swaps cambiais com outros BCs.
“No entanto, em alguns casos, o choque da covid-19, combinado com desafios preexistentes, demandará ações adicionais”, diz o IIF.
Por André Marinho e Eduardo Gayer
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