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Fluxos de capitais para emergentes devem ter recuperação modesta, diz IIF

As economias emergentes devem registrar uma “moderada” recuperação no fluxo de capitais no segundo semestre de 2020, aponta o Instituto Internacional de Finanças (IIF), não sendo suficiente para compensar as perdas recordes registradas no primeiro trimestre do ano. Para a instituição, a Ásia deve ter retomada mais rápida, enquanto os países da América Latina enfrentarão problemas por mais tempo.

Em relatório divulgado nesta quarta-feira, 8, o IIF projeta que o fluxo de capital para emergentes vai desacelerar “consideravelmente” em 2020, como resultado do impacto causado pelo coronavírus. Excluindo-se a China, o fluxo deve ficar negativo durante todo o ano, avalia o Instituto.

“Desde o início do ano, os emergentes experimentaram fuga de capital recorde, maior do que durante qualquer crise recente. Uma combinação do choque da covid-19 com a queda nos preços do petróleo provocou fuga de cerca de US$ 83 bilhões somente em março”, diz o relatório.

O IFF defende que, para ajudar esses mercados, será necessário fazer uma intervenção direta mais robusta do que a verificada até aqui, como as linhas de swaps introduzidas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). “Em alguns casos, o choque da covid-19, combinado com outros desafios preexistentes, vai demandar ajuda externa adicional”, ressalta.

Moedas

Em meio às disfunções provocadas pelo coronavírus, as moedas de Argentina, Índia, África do Sul e Indonésia estão supervalorizadas, avalia o Instituto Internacional de Finanças, em relatório. “Poucas moedas emergentes estão subvalorizadas de forma estatisticamente significativa. Somente o real brasileiro e o peso chileno chegam perto disso, além do won sul-coreano”, destaca o documento.

Segundo a instituição, a recente alta do dólar frente às divisas emergentes reflete um movimento de fuga de capitais sem precedentes, um cenário que normalmente causaria subvalorização dessas moedas.

“No entanto, as circunstâncias estão longe do normal e o prolongado choque COVID-19 significa que os mercados podem permanecer desarticulados por algum tempo”, diz o IIF.

Por André Marinho

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