As Bolsas de Valores da Ásia e da Europa têm, pelo 2º dia consecutivo, alta generalizada em seus respectivos índices, ainda influenciadas, assim como na segunda-feira, 6, pela desaceleração da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, em ambos os continentes.
Dados recentes mostraram que houve desaceleração de casos ou mortes por covid-19 – como é conhecida a doença causada pelo vírus – em vários países europeus, incluindo Itália, Espanha, Alemanha e Reino Unido. Em Nova York, que responde por cerca de metade dos casos nos Estados Unidos, novo epicentro da pandemia no mundo, ainda se espera que essa semana se tenha uma quantidade alta de casos.
Já na China, primeiro epicentro da pandemia, foi informado que, nesta terça, não houve registro de mortes por coronavírus nas últimas 24 horas e identificou apenas 32 novos casos, todos de pessoas que haviam retornado do exterior.
Incertezas em meio a todo este cenário pautam os investidores em todo o mundo, já que ainda não se sabe a totalidade dos efeitos da doença nas economias globais. Isso fez com que as quedas no índices de ações de cada país tenham sido relevantes nas últimas semanas. Dois dias seguidos de alta generalizada nos dois continentes, por exemplo, não era visto há quase duas semanas.
Mercados internacionais
Os mercados da China continental, que na segunda não operaram devido a um feriado nacional, tiveram ganhos expressivos: o Xangai Composto subiu 2,05%, a 2.820,76 pontos, e o Shenzhen Composto avançou 3,18%, a 1.743,37 pontos. Em outras partes da Ásia, o índice acionário japonês Nikkei teve alta de 2,01% em Tóquio, a 18.950,18 pontos, impulsionado por ações de construtoras e de fabricantes de eletrônicos, enquanto o sul-coreano Kospi subiu 1,77% em Seul, a 1.823,60 pontos, o Hang Seng avançou 2,12% em Hong Kong, a 24.253,29 pontos, e o Taiex se valorizou 1,81% em Taiwan, a 9.996,39 pontos.
Na Coreia do Sul, destaque para a blue chip – ação de empresa grande – Samsung Electronics (+1,85%), que divulgou previsão de lucro acima das expectativas de analistas, indicando que o coronavírus teve impacto apenas moderado em seus negócios. O bom humor na região asiática também veio na esteira de um rali das bolsas de Nova York, que saltaram mais de 7% na segunda, não apenas pelos indícios de desaceleração da doença, mas também após novos estímulos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e em meio a rumores sobre um novo pacote fiscal do governo americano.
Na Oceania, a Bolsa australiana destoou e acabou fechando em baixa nesta terça, após uma sessão bastante volátil. O S&P/ASX 200 caiu 0,69% em Sydney, a 5.252,30 pontos. Ainda pela Austrália, nesta madrugada, o Banco Central do país (RBA, pela sigla em inglês) decidiu manter sua taxa básica de juros inalterada, na mínima histórica de 0,25%, após concluir reunião de política monetária regular, mas alertou que a economia do país sofrerá forte impacto da pandemia de coronavírus no segundo trimestre.
Vale lembrar que bancos centrais em todo o mundo têm seguido política de corte de juros após o início da pandemia do novo coronavírus. Isso serve, principalmente, de estímulo ao crédito, tanto para empresas quanto para pessoas físicas – os consumidores. Com juros mais baixos, as vantagens em se fazer um empréstimo, em tese, se tornam mais nítidas. Isso proporciona consumo, o que aquece as economias.
As Bolsas da Europa abriram o pregão desta terça-feira em alta, ainda sustentadas por indícios recentes de que o coronavírus está desacelerando em várias partes do mundo, inclusive em países da região, como Itália, Espanha, Alemanha e Reino Unido. Além disso, dados publicados nesta madrugada mostraram que a produção industrial alemã teve um aumento inesperado em fevereiro. Às 4h10, no horário de Brasília, a Bolsa de Londres subia 2,83%, a de Frankfurt avançava 3,49% e a de Paris se valorizava 3,09%. Em Milão, Madri e Lisboa, os ganhos eram de 3,41%, 2,04% e 1,94%, respectivamente.
Petróleo
Os contratos futuros do petróleo operavam em alta na madrugada desta terça-feira, revertendo a tendência de fortes perdas da sessão anterior, enquanto investidores especulam sobre a possibilidade de a Opep+ – grupo formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e dez aliados, incluindo a Rússia – fechar um acordo para um corte adicional na produção do grupo, numa tentativa de estabilizar o mercado em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus.
Uma reunião virtual da Opep+ para discutir o assunto foi adiada no fim de semana, de segunda para quinta-feira, 09. Às 4h42 (de Brasília), o petróleo WTI para maio subia 3,68% na New York Mercantile Exchange (Nymex), a US$ 27,04 o barril, enquanto o petróleo Brent para junho avançava 2,42% na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 33,85 o barril.
Be First to Comment