O presidente da fabricante de computadores, noteboks e tablets Positivo, Hélio Rotenberg, fez um apelo contundente para que as pessoas fiquem em casa e para que o comércio de itens não essenciais permaneça fechado durante a crise do coronavírus.
“Vamos ficar em casa. Não podemos abrir antes da hora. O sistema de saúde não aguenta. Se abrir antes da hora, as pessoas vão morrer, e vamos ter que fechar de novo”, afirmou, em uma reunião online organizada pelo BTG Pactual com empresas no fim da tarde deste domingo. “Não adianta abrir e fechar. Fechar agora é uma medida de ajuda à economia. Vamos ficar em casa até que os técnicos possam liberar uma abertura gradual”, completou.
Rotenberg disse que a Positivo tem sofrido com as vendas no eletrônicos para o consumidor final, uma vez que 83% das varejistas que recebem seus produtos estão fechadas. Em contrapartida, a companhia registrou um aumento robusto na procura de computadores e notebooks por empresas, especialmente grandes bancos, que tiveram que deslocar rapidamente seus funcionários para o trabalho remoto. Essa demanda deve permanecer alta em abril e voltar a se estabilizar em maio, estimou.
O presidente da Positivo comentou que teve “sorte” ao conseguir realizar a sua emissão secundária de ações (follow on) antes da pandemia de coronavírus estourar no Brasil. “Queremos preservar o máximo de caixa. Temos que endurecer sem perder a ternura”, afirmou, citando a necessidade de renegociar pagamentos a fornecedores. “Para os pequenos, temos sido mais generosos, negociando mais com os grandes”.
O executivo afirmou ainda que a Positivo não vai demitir ninguém durante a crise e elogiou a medida provisória do governo federal para flexibilizar a legislação trabalhista. “A mudança na legislação trabalhista veio em boa hora. Alguns colaboradores vão para licença, outros terão carga reduzida. Vamos conseguir preservar o emprego, que é o mais importante nessa hora, mas com preservação também da nossa folha de pagamento”.
Por Circe Bonatelli e Isadora Duarte
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