O governador de São Paulo João Doria (PSDB) escolheu o procurador Mário Sarrubbo como novo procurador-geral de Justiça do Estado. Na eleição para a chefia do Ministério Público realizada neste sábado, 4, Sarrubbo concorreu pela situação com apoio do atual procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Poggio Smanio, e ficou em segundo lugar, atrás do procurador Antonio Carlos da Ponte, candidato da oposição. Da Ponte recebeu 1.020 votos enquanto Sarrubo, 657. O Palácio dos Bandeirantes vai anunciar a decisão de Doria nesta segunda, 6.
Na carreira desde novembro de 1989, afirmou durante sua campanha que queria aproximar sua instituição do perfil que a Constituição de 1988 a ela atribuiu, “tornar o MP um indutor das transformações sociais necessárias”. O procurador de 57 anos afirmou que planeja “uma revolução tecnológica” e avalia que a Procuradoria-Geral de Justiça “precisa fomentar a implementação de políticas institucionais que tornem a atuação do Ministério Público de São Paulo mais estratégica”.
Recentemente, diante a crise do coronavírus, o procurador afirmou que a Saúde se tornou “prioridade absoluta” e, segundo ele, o Ministério Público de São Paulo vai atuar para “se certificar de que as ações que garantem os direitos dos cidadãos estejam sendo executadas”. Entre essas ações, o procurador de Justiça destacou o acesso da sociedade ao tratamento adequado da doença, a observância das recomendações sanitárias e a articulação de políticas públicas na capital e no interior. “Além disso, vamos promover o acompanhamento do monitoramento de casos suspeitos e confirmados de infecção e das campanhas oficiais de esclarecimento à população”, afirmou.
Em duas eleições anteriores o primeiro colocado não foi indicado. Em 1996, o então governador Mário Covas (PSDB) surpreendeu a instituição ao escolher o procurador Luai Antonio Marrey que havia sido derrotado por José Emanuel Burle Filho. Mais recentemente, Geraldo Alckmin preferiu Márcio Elias Rosa para a chefia do Ministério Público de São Paulo. Rosa havia sido derrotada por Felipe Lock Cavalcanti.
Quem é Mário Luiz Sarrubo
Paulistano, Mário Luiz Sarrubbo tem mais de três décadas de dedicação ininterrupta ao Ministério Público do Estado de São Paulo.
Aos 57 anos, ostenta um currículo vasto. Em 2011, tornou-se o primeiro Promotor de Justiça a dirigir a Escola Superior do Ministério Público de São Paulo. Entre abril de 2016 e janeiro deste ano, ocupou o cargo de Subprocurador-Geral de Políticas Criminais do Ministério Público de São Paulo.
No Gaeco, implementou a política da Tríplice Vertente de combate às organizações criminosas, que tem como diretriz o enfrentamento aos três pilares básicos das organizações: o crime organizado, a lavagem de dinheiro e a corrupção de agentes públicos.
Propôs maior presença do Ministério Público de São Paulo nos tribunais superiores, além de liderar os debates para a edição do Ato Normativo que permite ações conjuntas de Promotores.
Mestre em Direito pela PUC de São Paulo, atuou na Primeira Instância nas comarcas de Araçatuba, Itaquaquecetuba e Mauá, e foi Promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social da capital.
Na Segunda Instância, atuou na Procuradoria de Justiça Criminal.
Os resultados do trabalho que coordenou, ao lado de uma equipe de
Promotores e servidores comprometidos, são públicos e representaram uma atuação mais firme do MP.
Durante sua gestão na área criminal, foram realizadas cerca de 500 operações do Gaeco e apreendidas mais de 100 toneladas de drogas. O número de prisões de criminosos superou 5.300, e mais de 700 agentes públicos foram denunciados por desvios de dinheiro.
Sarrubbo é professor de Direito Penal na FAAP, lecionou na Escola Superior do MPSP e na Escola Superior de Advocacia do Estado de São Paulo.
Foi diretor da Associação Paulista do Ministério Público do Estado de São Paulo (APMP), de 1998 a 2002, dirigiu o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional da Escola Superior do MPSP (2011 a 2013), presidiu o Colégio de Diretores de Escolas de Ministérios Públicos Brasileiros e foi Conselheiro Superior do Ministério Público.
Por Fausto Macedo, Pepita Ortega e Luiz Vassallo
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