O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti, disse que esses primeiros dias de quarentena por causa da pandemia de coronavírus afetaram a logística de transportes dos caminhoneiros, mas nem por isso se chegou a pensar em greve num momento como este. “A insatisfação é evidente diante de uma situação crítica como essa, mas de nossa parte nunca chegamos a pensar nisso (em fazer greve)”, disse ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. “Não é o momento para isso; o momento é para a gente resolver a situação de saúde, da manutenção da vida, para depois, de forma organizada, cuidar da parte econômica.”
Litti, que também é presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí (RS), comentou ainda que os decretos estaduais instituindo períodos de quarentena por causa do coronavírus interferiram, de fato, na logística e no apoio que os caminhoneiros encontram normalmente nas estradas, como restaurantes, borracharias, postos de molas, banheiros para tomar banho, etc. “Isso causou, inicialmente, grandes problemas ao setor”, continua. “Mas agora, aparentemente a situação começa a se normalizar.”
De todo modo, Litti comenta que as medidas tomadas pelos governos – entre elas, definir o transporte de cargas e restaurantes de rodovias como serviços essenciais -, até o momento, “só foram anunciadas”. “Ainda está tudo em fase de estudo ou de legislação que precisa ser complementada, para só então chegar na ponta”, diz.
Mesmo assim, ele acha as iniciativas importantes. “É importante porque são ações que têm de ser feitas e coordenadas pelo governo federal, tem de ser uma ação integrada no governo, tanto no Ministério da Saúde quanto da Economia e da Infraestrutura”, diz. “É algo muito mais eficaz do que ações isoladas, apenas das entidades.”
Apesar das dificuldades que os caminhoneiros enfrentaram nos últimos dias, Litti não é favorável, pelo menos por enquanto, à reabertura da economia, como vem propondo o presidente Jair Bolsonaro. “A saúde vem em primeiro lugar”, assinala.
Por Tânia Rabello
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