O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,9 pontos em março, para 97,5, informou nesta sexta-feira, 27, a Fundação Getulio Vargas (FGV). É a maior queda do indicador desde março de 2015, quando o ICI recuou 6,6 pontos, em meio às manifestações contra o governo Dilma Rousseff.
A confiança recuou em 14 dos 19 setores da indústria pesquisados. A queda no indicador cheio foi puxada, principalmente, pela deterioração do Índice de Expectativas (IE), que perdeu 5,6 pontos, para 96,2.
Nas aberturas do IE, o indicador de produção prevista caiu 7,5 pontos, para 92,1, menor valor desde abril de 2017 (92,0 pontos). O indicador que mede a tendência de negócios nos próximos seis meses recuou 6,6 pontos, para 98,3, e o índice de volume de pessoal ocupado nos próximos três meses caiu 2,4 pontos, para 98,6.
O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 2,1 pontos, para 98,8. Houve deterioração na percepção dos empresários sobre a demanda total, com queda de 5,8 pontos, a 95,1, menor nível desde agosto de 2017 (88,2). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) caiu 0,9 ponto porcentual, para 75,3%.
“O NUCI e a percepção dos empresários sobre a demanda e a situação dos negócios sugerem que a produção industrial pode já ter sido impactada. Além disso, a forte deterioração das expectativas, principalmente de bens de consumo duráveis, chama atenção para o cenário de incerteza que desponta para os próximos meses”, afirma, em nota, a economista Renata de Mello Franco, da FGV.
Mesmo com o dado negativo, a média do ICI no primeiro trimestre de 2020, de 99,9 pontos, ainda é 2,7 pontos superior à observada no quarto trimestre de 2019 (97,2). Em médias móveis trimestrais, o NUCI ficou estável em 75,6%.
Por Cícero Cotrim
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