O resultado do quarto trimestre de 2019 da Via Varejo (VVAR3) foi regular, conforme esperado, muito afetado por ajustes contábeis não recorrentes no montante total de R$ 953 milhões na última linha do resultado.
A investigação sobre as fraudes contábeis no balanço foi encerrada, com impacto negativo de R$ 1,314 bilhão de contingências referentes à manipulação de provisões trabalhistas no passado.
O prejuízo líquido contábil foi de 875 milhões de reais e o lucro líquido ajustado totalizou R$ 78 milhões no trimestre.
O principal destaque positivo foi o crescimento de vendas brutas (GMV) total de 7,3% enquanto o GMV online cresceu 35 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
No lado negativo destaque para o baixo crescimento de 3,9% na receita bruta total.
Analistas avaliam que o resultado do trimestre não será catalisador para as ações, pois o mercado está muito mais preocupado com os impactos do coronavírus na economia.
O principal catalisador das ações da Via Varejo (VVAR3) no curto prazo é o tempo em que as lojas permanecerão fechadas e qual será o impacto nas vendas nos meses de março e abril de 2020.
A receita bruta no varejo eletrônico subiu 26% no trimestre, reflexo de mudanças de sistemas de tecnologia e ajustes na operação. Fruto do das melhorias nos prazos de entrega, avanços na plataforma tecnológica e ofertas de produtos, além do robusto crescimento do marketplace.
A companhia conseguiu reduzir ainda mais os seus estoques: queda de R$ 216 milhões em 12 meses, caindo para R$ 4,6 bilhões, equivalente a 77 dias de vendas.
Além disso, a companhia conseguiu aumentar a participação das vendas de produtos de terceiros (marketplace) ao apresentar crescimento de 58% no período, com o e-commerce representando 24% de suas vendas totais.
A receita líquida do trimestre atingiu R$ 7,6 bilhões, aumento de 1,1% em relação ao mesmo período de 2018.
A margem bruta de 30,2% no trimestre veio 3,7 pontos percentuais acima do quarto trimestre de 2018.
O Ebitda ajustado totalizou R$ 605 milhões, com margem de 8,0% (4,2% em 2018).
Na última linha, houve reversão de prejuízo de R$ 282 milhões para lucro líquido operacional de 78 milhões.
A dívida bruta total da Via Varejo é de R$ 2,16 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhões com vencimento em 2020. A Via Varejo tem R$ 1,4 bilhão em caixa, mais recebíveis de cartão de crédito de R$ 3,0 bilhões. A relação entre dívida líquida (sem recebíveis) e Ebitda era de 0,45 vezes no fim de 2019.
A tese de investimento da Via Varejo é de turnaround operacional, a companhia deixou para trás todos os seus ajustes no balanço e arrumou a casa sob nova Administração.
O desempenho da companhia em 2020 dependerá da duração da quarentena, pois a empresa fechou todas as suas lojas físicas e continuou operando apenas no varejo eletrônico.
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