O governo federal deve editar uma medida provisória para adiar o reajuste anual de preços de medicamentos que podem ser usados em pacientes do novo coronavírus. Além disso, uma medicação usada no combate à malária, a chamada cloroquina, vai ser produzida em larga escala e distribuída em hospitais de todo o País para ser testada em pacientes graves.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que seis substâncias (lopinavir mais ritonavir; cloroquina; hidroxicloroquina; alfainterferona 2b; alfainterferona 1b; betainterferona 1b) serão atingidas. Há cerca de 20 medicamentos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com esses componentes como princípio ativo.
Ainda não há uma cura ou protocolo clínico para a covid-19. A lista de produtos foi feita pelo governo com base em informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre medicamentos que têm sido usados para amenizar a gravidade. “Para os outros medicamentos, manteremos o ajuste anual. Houve aumento importante do dólar. E esses insumos são comprados de fora. É uma preocupação também para não criar desabastecimento”, disse ontem o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, Denizar Vianna.
O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) calcula que o ajuste de preços de medicamentos em 2020 deve ser de, no máximo, 4,08%. Para essa conta, são usados dados como o Índice de Preços ao Consumidor Aplicado (IPCA) e a produtividade do setor farmacêutico. O ajuste anual é definido pela Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos e passa a valer no dia 1º . O preço de diversos medicamentos no Brasil é tabelado. Há diferenças de valores para compras públicas e privadas. Muitos medicamentos isentos de prescrição, ou seja, que não exigem receita médico, têm os preços liberados dessa regulação.
Cloroquina
O Ministério da Saúde ainda informou ontem que serão liberadas 3,4 milhões de unidades de cloroquina até sexta-feira para envio a hospitais. A ideia é que o saldo de uso é “mais positivo que negativo” em pacientes em situação de risco. Viana, observou que “estudos clínicos em humanos ainda estão em curso”, mas “o que estamos oferecendo é uma opção terapêutica”. “É uma indicação complementar, com o máximo de controle.”
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou que o remédio não será vendido em farmácias para a população em geral. Já se sabe, por exemplo, que a cloroquina pode causar arritmia cardíaca, dores agudas nos rins, entre outros efeitos colaterais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Mateus Vargas e André Borges
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