Enquanto o setor de shopping centers busca corte de impostos e outras medidas de apoio junto aos governos para enfrentar a crise, chegaram a um impasse as negociações entre operadores e lojistas sobre pagamento de aluguéis durante o fechamento de empreendimentos determinados por autoridades públicas para frear o coronavírus.
“Nossa posição no momento é de que, embora por contrato esses aluguéis sejam devidos, é razoável que a cobrança seja feita posteriormente em momento oportuno”, disse Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).
Humai afirmou que a Abrasce já enviou aos governos federal, estaduais e municipais um documento com 22 medidas necessárias para ajudar o setor a superar a crise sem demissões em massa, mas ainda não houve respostas. Enquanto isso, segundo ele, as operadoras de shoppings vêm trabalhando para cortar em pelo menos 30 por cento as despesas de condomínio.
Até agora, 550 dos 577 shoppings do Brasil estão fechados por ordem de autoridades que combatem a disseminação do Covid-19, segundo dados da Abrasce. Os shoppings brasileiros geram cerca de 3 milhões de empregos diretos.
O impacto continuará negativo nas ações do setor de shopping centers (ALSO3, BRML3, IGTA3 e MULT3) enquanto esse impasse não for resolvido. Um dos pilares do comércio e da geração de emprego, os shopping centers em breve também precisarão de ajuda por parte do governo, que ainda segue sem se manifestar.
Os comentários de Humai vêm na contramão de um comunicado enviado na véspera pela Alshop, que citava acordo para isenção dos aluguéis enquanto os empreendimentos estivessem fechados, além de “flexibilização” e redução nas taxas de condomínio.
O comando da Abrasce estima, com base em projeções de faturamento anual, perdas aos shoppings de R$ 15 bilhões em vendas por mês por conta do fechamento dos empreendimentos com a crise gerada pelo coronavírus.
A Alshop informou que a manutenção do pagamento do aluguel sem as lojas estarem operando é inviável e é mais uma instituição a estimar que a retomada das vendas será ser lenta e gradual.
Com exceção de Multiplan (-38%), todos as demais ações do setor recuam mais do que o Ibovespa (-39,7%) em 2020. Iguatemi, Aliansce Sonae e brMalls acumulam queda de, respectivamente, 40, 46 e 50%.
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