Após ter participado de bate-boca com o presidente Jair Bolsonaro em reunião com ministros e governadores do Sudeste por conta do posicionamento do presidente em rede nacional realizado ontem, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 25, afirmou que espera que Bolsonaro “tenha humildade para recuar” de seu posicionamento.
Ontem, o presidente havia, mais uma vez, minimizado os impactos do alastramento do novo coronavírus no Brasil, e afirmou que o comércio, escolas e demais atividades da sociedade devem “retornar à normalidade”, ideia que, segundo Doria, não deve ser seguida pelo Ministério da Saúde. “Não creio que o Ministério da Saúde vai adotar medida de contenção diferente, não há razão para abrandar isolamento”, disse Doria, que ainda falou que, caso o Ministério adote a alternativa proposta pelo presidente, seu Estado, São Paulo, vai manter as medidas atuais, em concordância com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quanto à possibilidade do impeachment de Bolsonaro, ideia ventilada por alguns governadores após o pronunciamento presidencial de ontem, Doria preferiu deixar a decisão ao Congresso e à opinião pública. Doria, contudo, disse que, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada esta semana, o presidente “mais atrapalha que ajuda” no combate ao coronavírus.
O governador de São Paulo ainda afirmou que, em contrapartida à atuação do chefe do Planalto, os 27 governadores do País estão “articulados, unidos e sintonizados para proteger vidas e defender cidadãos” e, por isso, propuseram reunião entre eles logo após o pronunciamento de Bolsonaro na noite de ontem.
Por Gabriel Caldeira, Pedro Caramuru e Elizabeth Lopes
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