Na noite desta terça-feira (24), Jair Bolsonaro veiculou nas rádios e televisões um pronunciamento oficial de cinco minutos para pedir ao País que volte à “normalidade”. Em seu discurso, o presidente criticou a imprensa por criar “histeria” em relação ao coronavírus e também os governadores por lidarem com a pandemia como se o Brasil fosse “terra arrasada”.
Ainda, Bolsonaro criticou o fechamento de escolas, a restrição dos transportes públicos e o confinamento em massa, indicando que todas essas medidas seriam prejudiciais ao emprego a às famílias. Com o discurso, o presidente abandonou o tom moderado e conciliador que tinha proposto a desenvolver com outros entes federativos.
A fala não foi alinhada com nenhum ministro da Esplanada e seguiu as diretrizes de um grupo de assessores ligados ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) – um dos comandantes da “ala ideológica” do governo. Bolsonaro pai fez questão de mencionar a mídia como propagadora de pânico e pavor e, ainda, diferenciou o Brasil da Itália pelo “número de idosos e clima totalmente diferente”. Voltou, também, a chamar o coronavírus de gripezinha.
O pronunciamento vai na contramão dos esforços para apaziguar a relação entre Poderes e entre os entes federativos. Vai, inclusive, na contramão de sugestões de outras alas do governo, podendo criar desconforto interno. Com o discurso, Bolsonaro demonstra sua real opinião sobre o tema e exagera na irresponsabilidade. A reação à fala foi negativa e englobou não só a oposição, mas outros espectros ideológicos que não o bolsonarismo.
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