A Fitch Ratings rebaixou o rating de longo prazo da Boeing de A- para BBB e manteve o rating de curto prazo em F2, com perspectiva negativa. “A ação reflete a rápida escalada da pandemia de coronavírus e o efeito que está tendo sobre os mercados e operações de aviação da Boeing”, informou a agência.
No horizonte da gigante americana, a Fitch cita desafios como a compra da Embraer, a retomada da produção do 737 Max e o aumento da dívida. Segundo agência, o rebaixamento leva em conta um cenário de recessão global no segundo trimestre de 2020, seguido de uma recuperação no segundo semestre do ano e em 2021. “A Fitch não espera que a Boeing vá recuperar suas métricas de crédito, já enfraquecidas pelos problemas com o 737 Max”, destaca.
Já a perspectiva negativa é atribuída ao risco de a pandemia se estender e de atraso na retorno do 737 Max. “No caso de um impacto prolongado do coronavírus, incluindo fechamento por mais tempo das principais fábricas ou atrasos substanciais no 737 MAX, a Fitch acredita que a Boeing precisará de acesso a capital adicional para suprir as necessidades de liquidez até que a economia se recupere, o que poderia pressionar ainda mais o perfil de crédito da companhia”, projeta.
A Fitch destaca ainda que, em 2019, a dívida da Boeing quase dobrou e atingiu cerca de US$ 27 bilhões, como resultado da emissão de títulos de longo prazo e de ‘commercial papers’. A previsão da agência é que, até o fim do ano, a dívida chegue a US$ 45 bilhões, antes de começar a diminuir em 2021.
Por André Marinho
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