Os contratos futuros de petróleo fecharam em território positivo nesta segunda-feira, 23, após oscilarem durante a sessão. Investidores continuaram a monitorar a disseminação do coronavírus e seus impactos para a economia global, mas também outras notícias, como a perspectiva de estímulos à economia nos Estados Unidos, em um quadro ainda de incertezas sobre a oferta e a demanda futura.
O petróleo WTI para maio fechou em alta de 3,23%, em US$ 23,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês ganhou 0,19%, a US$ 27,03 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Os contratos tiveram uma sessão volátil. O quadro fraco para a economia global continua a ser negativo para o óleo. Nesta segunda, o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) cortou novamente sua projeção para o crescimento do mundo em 2020, esperando agora contração de 1,5% (antes previa expansão de 0,4%).
Além disso, o petróleo chegou a ampliar perdas no início da tarde, após o Estado de Nova York registrar novo aumento forte nos casos de coronavírus. Houve, porém, espaço para uma recuperação nos contratos antes do fechamento.
O dólar fraco ante outras moedas principais colaborou, já que nesse caso a commodity fica mais barata para os detentores de outras divisas. A perspectiva de estímulos globais à economia também apoia o quadro, embora nesta segunda o Senado americano tenha mostrado dificuldades para avançar neste tema – as negociações no Congresso dos EUA continuam.
A Eurasia afirma que há sinais positivos para apoiar os contratos, de “posições potencialmente construtivas” para conter a produção entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, como a Rússia, que formam o grupo Opep+, e também potencialmente com produtores dos Estados Unidos.
Para a consultoria, porém, isso não significa que seja iminente uma trégua nesse mercado. A Eurasia argumenta que, mesmo com os prejuízos para Arábia Saudita e Rússia no quadro atual, não há fim à vista para a crise na demanda por causa do coronavírus, o que torna qualquer acordo entre produtores “menos eficaz e menos provável”.
O Julius Baer, por sua vez, diz em relatório que um eventual acordo entre produtores é algo que não deve ser descartado. Para o banco, de qualquer modo a commodity deve continuar a oscilar bastante, no curto prazo, “seguida por uma recuperação lenta para além de US$ 30 o barril (do Brent) até meados do ano”.
Por Gabriel Bueno da Costa
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