A rebelião no presídio de Tremembé (SP) foi controlada na manhã desta terça-feira, 17, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, após ação do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), subordinada à pasta. A juíza Sueli Zeraick, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, acompanhou as negociações.
Na noite desta segunda-feira, quatro rebeliões aconteceram em presídios de São Paulo, em Mongaguá, Tremembé, Mirandópolis e Porto Feliz. O motivo da onda de revoltas foi a decisão da Justiça paulista que suspendeu as saídas temporárias de presos na Páscoa para conter a disseminação do novo coronavírus.
De acordo com a SAP, as rebeliões resultaram na fuga de 834 presos. Em balanço divulgado nesta terça, a pasta afirma que 517 detentos foram recapturados pela Polícia Militar, sendo 82 de Tremembé, 184 de Mongaguá e 251 em Porto Feliz. Em Mirandópolis não houve fuga.
Em três dos quatro presídios onde aconteceram as rebeliões há presença de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O Tribunal de Justiça divulgou nesta segunda que a Corregedoria-geral da Justiça, a pedido da SAP, suspendeu a saída temporária que estava prevista para os próximos dias. A Corte disse em nota que a decisão levou em consideração “a grave crise da saúde pública enfrentada pelos órgãos de gestão e população em geral quanto à disseminação do novo coronavírus”.
De acordo com a decisão divulgada, a saída dos detentos seria remarcada pelos juízes corregedores dos presídios, “conforme os novos cenários e em melhor oportunidade”.
A SAP disse, em nota, que “a medida foi necessária pois o benefício contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados”.
Por Gerson Monteiro, especial para o Estado
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