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Dólar fecha em novo recorde, acima de R$ 5; Bolsa encerra em queda de 13,92%

(Foto: Shutterstock)

Os mercados tiveram novamente um dia de instabilidade e perdas. No Brasil, apesar de o dólar ter chegado à máxima nominal histórica em R$ 5,0690 durante as negociações nesta segunda-feira, 16, esse foi o primeiro dia útil desde 3 de março em que o Banco Central não realizou nenhuma intervenção no mercado de câmbio. Sem leilões do BC, o dólar subiu 4,90% e fechou o dia em R$ 5,0523, novo recorde. A alta porcentual registrada nesta segunda-feira foi a mais alta desde a delação de Joesley Batista, em 17 de maio de 2017, que levou a moeda americana a subir 8,07%.

Já a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, teve novamente as negociações interrompidas. Desta vez, o circuit breaker – mecanismo que suspende a compra e venda de ações – foi acionado depois de queda de 12,53%, logo no início do pregão. Foi a quinta vez em duas semanas que os negócios ficaram parados. Depois da interrupção, o ritmo de perdas chegou a ser reduzido, mas voltou a registrar quedas mais relevantes durante a tarde. O índice fechou em queda de 13,92%, aos 71.168,05 pontos

Os investidores avaliaram as medidas anunciadas mais cedo pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para minimizar os efeitos da pandemia de coronavírus sobre a economia e à espera por um corte extraordinário de juros no Brasil.

Circuit Breaker
Na Bolsa brasileira, quando as negociações atingem queda de 10%, o primeiro “cricuit breaker” é acionado por 30 minutos. Após o retorno do mercado, caso seja atingido 15% de recuo, uma pausa é realizada novamente, mas, desta vez, de uma hora. Passado esse período, se a queda ultrapassar 20%, uma nova parada é acionada. Neste caso, o tempo não é pré-determinado, e a própria B3 informa por quanto tempo as negociações ficarão suspensas.

Apenas na semana passada, o sistema foi acionado por quatro vezes. Uma na segunda-feira, 9, um vez na quarta-feira, 11, e duas na quinta-feira, 12. Terça-feira, 10, e sexta-feira, 13, foram dias de recuperação nos mercados mundiais. As Bolsas ao redor do mundo têm sofrido com essa volatilidade, em um efeito sobe e desce nos últimos dias.

Nova York aciona ‘circuit breaker’
As negociações dos três principais índices acionários de Nova York (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) foram suspensas instantes após a abertura do mercado, por meio do mecanismo conhecido como circuit breaker, depois das perdas superarem o limite de 7%. As operações são retomadas após 15 minutos.

Mercados internacionais
Os mercados globais estão em clima de tensão nesta segunda. Após o fechamento dos mercados no oriente, a maior queda na Ásia foi na Bolsa de Taiwan, com o índice TWI. Por lá, a baixa foi de 4,06% em relação ao fechamento anterior. A segunda maior foi em Hong Kong, com (-4,03%), seguido de China, (-3,40), Coreia do Sul (-3,19%) e Japão (-2,46%). No continente asiático, o único mercado a fechar em alta, mesmo que de forma muito tímida, foi o da Tailândia, com 0,06%. Na Oceania, a Austrália teve o pior resultado do oriente do mundo, despencando 9,52%.

Na Europa, o cenário é ainda mais caótico, com recuos próximos da faixa dos 10%. Na sexta-feira, 13, a Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou que o velho continente é o novo epicentro da doença, causada pelo novo coronavírus, iniciada na China, na cidade de Wuhan, província de Hubei.

As Bolsas da Europa ampliaram perdas, com quedas ultrapassando os 10%, após as Bolsas de Nova York acionarem o circuit breaker logo após a abertura, em meio ao estresse pelo coronavírus. Às 10h42, o índice Stoxx 600 caia 10,19%, a 268,96 pontos, com Londres perdendo 8,57%, Frankfurt cedendo 10,15% e Parius despencando 11,32%. Já Madri desabava 11,96%, Lisboa caia 7,45% e Milão registrava baixa de 11,22%.

Dólar
Neste momento, há uma ação coordenada dos bancos centrais de todo o mundo para tentar diminuir os impactos da Covid-19. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Canadá, o Banco do Japão e o Banco Nacional da Suíça divulgaram comunicado conjunto sobre a operação, que será feita por meio de um arranjo via programa de swaps. Porém, essa atuação, com estímulos monetários, não está sendo suficiente para impedir o pânico dos mercados.

Petróleo
O petróleo, que desde o começo da semana passada vem sofrendo quedas nos valores após uma “guerra de preços” entre Rússia e Arábia Saudita, está, nesta segunda, em queda relevante. O índice WTI, para abril, registra, às 09h04, 8,23% de queda, a US$ 29,12 o preço do barril. O Brent, para maio, tem recuo ainda maior, no mesmo horário, a (-10,16%), cotado a US$ 30,41.

Para conter o estrago na economia do coronavírus, o Federal Reserve cortou os juros para a faixa de zero a 0,25% na segunda reunião extraordinária em duas semanas. A última vez que os juros tinham caído para esse patamar foi em dezembro de 2008. / LUCIANA XAVIER, SILVANA ROCHA, ANDRE MARINHO, EDUARDO GAYER, FELIPE SIQUEIRA e EDUARDO RODRIGUES

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