Ao afirmar que políticos estão em uma “disputa de poder”, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 16, que o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, foi posto contra a “parede” pelo Congresso Nacional nas negociações sobre o Orçamento. A declaração foi feita em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Ramos participou de conversas para envio de projetos de lei que garantem ao Congresso o controle sobre uma fatia de R$ 15 bilhões neste ano, período de eleições municipais. Bolsonaro se manifestou contra a tentativa de entregar aos parlamentares a definição sobre a destinação desse dinheiro.
Os projetos estão pautados em sessão do Congresso nesta terça-feira, 17. Bolsonaro negou que haja um acordo para aprovação das propostas. De acordo com ele, o defeito do ministro Ramos, que conversou com lideranças da Câmara e do Senado sobre o tema, é ser “bastante inexperiente ainda”.
“O pessoal te bota na parede, botou o Ramos na parede para conversar (sobre) projetos para andar lá, compromissos futuros. Talvez o Ramos tenha se perdido um pouco pela sua imaturidade, inocência e honestidade”, disse Bolsonaro na entrevista.
Medida provisória editada na última sexta-feira transfere R$ 5 bilhões que seriam controlados pelo Congresso para o guarda-chuva do Executivo em ações de combate ao novo coronavírus. Bolsonaro manifestou interesse em recuperar os R$ 10 bilhões restantes indicados como emendas do relator do Orçamento.
O presidente da República afirmou que há uma disputa pelo poder por parte do Congresso. “Se afundar a economia, acaba o meu governo, acaba qualquer governo. É uma luta de poder. Há por parte de alguns, não estou dizendo todos, irresponsabilidade nisso aí.”
Bolsonaro declarou estar pronto para conversar com o Legislativo, mas citou diversas vezes na entrevista que uma “disputa de poder” atrapalha propostas de interesse nacional.
Por Daniel Weterman e Emilly Behnke
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