O Tribunal de Justiça do Paraná mandou os processos da Operação Quadro Negro, que mira o ex-governador Beto Richa (PSDB), para a Justiça eleitoral. O tucano é réu por corrupção e lavagem de dinheiro em processos que apuram desvios de verbas públicas no âmbito da Secretaria de Estado da Educação entre os anos de 2012 e 2015.
A “Quadro Negro” foi responsável por colocar Richa atrás das grades em março do ano passado. Ele deixou a prisão no mês seguinte. Richa responde a quatro denúncias do Ministério Público apresentadas em 2019.
A decisão da Justiça paranaense atende os argumentos da defesa de Richa, sob responsabilidade do advogado Guilherme Lucchesi, que apontou omissão do Ministério Público de trechos da delação do ex-secretário de Educação, Maurício Fanini, segundo o qual os desvios da pasta tinham como finalidade a arrecadação de valores para campanhas políticas.
Por essa razão, o caso deveria ser tratado pela Justiça eleitoral como dita entendimento do Supremo sobre casos de corrupção conexos com eleitorais.
O entendimento dos desembargadores foi unânime, seguindo o voto do relator Francisco Pinto Rabello Filho.
A Quadro Negro investiga desvios de R$ 22 milhões por meio de aditivos contratuais sobre a construção e reformas de escolas estaduais. O inquérito mira ainda os crimes de corrupção, fraude à licitação e organização criminosa.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO GUILHERME LUCCHESI, QUE DEFENDE BETO RICHA
“A defesa do ex-governador Carlos Alberto Richa, desde o início da Operação Quadro Negro, depositou sua fé no Poder Judiciário e nas instituições. A decisão desta tarde do Tribunal de Justiça confirma a imparcialidade do Judiciário. Ao longo do processo a verdade será restabelecida.”
Por Paulo Roberto Netto
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