No que depender dos indicadores da madrugada, esta semana vai ficar para a posteridade. Pela primeira vez na história do mercado registra quatro circuit breaks na mesma semana. O dólar começou os negócios cotado a 5,0280 reais, uma alta de 6,45 por cento em relação à quarta-feira. Os contratos futuros de Índice Bovespa abriram com queda de 17 por cento, e os negócios foram interrompidos logo nos primeiros momentos do pregão.
Essa é uma das raras ocasiões em que vale a frase “o mercado está em pânico”. Pânico é o termo mais preciso. Na quarta-feira (11), o presidente americano Donald Trump proibiu a entrada de europeus nos Estados Unidos, fechando as fronteiras do País. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou o coronavírus uma pandemia, ou seja, uma epidemia global.
E, como se não bastassem as notícias ruins lá de fora, aqui dentro o Congresso fez sua parte, derrubando um veto presidencial que impedia o aumento de gastos com o Benefício da Prestação (BPC). Na prática, a decisão amplia o acesso aumenta o limite máximo de renda para que idosos e deficientes tenham acesso ao benefício, o que deve elevar os gastos públicos em 20 bilhões de reais por ano.
No entanto, no âmbito geral das coisas, essa decisão do Congresso não deve provocar muito estrago. O pior virá de fora. Os mercados internacionais sentiram os efeitos da declaração de pandemia logo na quarta. A decisão de Trump fez as bolsas na Ásia fecharem com fortes quedas. Nesta manhã, os pregões europeus amargam baixas superiores a 6 por cento. E os contratos futuros do índice americano S&P 500 estão em queda de 5 por cento.
O movimento dos preços do petróleo fornece, sem trocadilho, mais combustível para o caos. Em Londres, o barril de petróleo do tipo Brent é cotado a 33,83 dólares, queda de 5,48 por cento em relação à véspera, e em níveis comparáveis com os atingidos durante a Guerra do Golfo, em 1991.
O que fazer? A melhor recomendação dos analistas é não fazer nada. Profissionais de mercado experientes sabem como é fácil sucumbir ao pânico e tomar decisões impensadas. Por exemplo, vendendo as ações a qualquer preço e amargando um enorme prejuízo. Exatamente para evitar ou para atenuar esses movimentos de pânico, a bolsa instituiu o circuit breaker. Um mecanismo que, em momentos de pânico, impede as pessoas de vender. A ideia é que, com uma pausa para respirar, é possível tomar decisões mais pensadas.
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