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Susep cria ferramenta para investidor comparar fundos de previdência

(Foto: Shutterstock)

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) criou uma ferramenta de comparação dos desempenhos dos fundos de investimento previdenciários. As informações de 1.365 fundos foram organizadas de forma mais amigável para o investidor e já estão disponíveis no portal.

Na ferramenta é possível comparar a rentabilidade de fundos da mesma classificação e verificar como esse investimento se comportou em relação ao Ibovespa, ao CDI e ao IMA-B, índice de títulos atrelados à inflação.

O sistema criado pela Susep traz 21 classes de fundos previdenciários – entre multimercados, de ações e renda fixa – seguindo a tipificação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

“Essa iniciativa é positiva, pois traz mais informações ao investidor. Ainda assim, é um assunto técnico, que envolve decisões de longo prazo. Logo, o acesso mais claro ajuda quem já estuda o mercado”, diz o coordenador do MBA de Previdência Complementar da FGV, Gilvan Cândido.

Na nova plataforma, os resultados estão organizados em períodos de observação de 12, 18 ou 24 meses e serão atualizados mensalmente – e não mais a cada quatro meses. O sistema vai permitir a comparação de até cinco fundos por vez, com visualização da rentabilidade em gráficos.

“A ferramenta era rudimentar. Agora está mais amigável e interativa. A motivação é dar mais transparência e apostar na meritocracia, com o consumidor premiando os melhores fundos”, diz Eduardo Fraga, diretor técnico da Susep. “A prioridade da Susep é aumentar a concorrência”, completa

Para Carlos Castro, planejador financeiro pela Planejar, de fato a nova ferramenta facilita a visualização por parte dos investidores e promove concorrência. “Vai facilitar a comparação entre produtos: quando você faz isso, você cria uma competitividade (entre empresas). A pessoa encontra mais transparência: pode pegar a previdência dela de um grande banco e comparar com o fundo de uma seguradora no mercado”, afirma Castro.

O banco de dados inclui ainda o índice de performance de cada fundo, calculado a partir de dados como taxa de juros e tábua biométrica (instrumento que mede a mortalidade ou probabilidade de entrada em invalidez).

Isso porque o desempenho final de um produto de previdência não se limita à rentabilidade do fundo de investimento onde o participante aplica seus recursos. Também devem ser levadas em conta as bases técnicas para conversão em renda vitalícia – ou seja, as condições para o investidor que pretende transformar o patrimônio acumulado em aposentadoria.

Em 2019, o retorno médio dos fundos de previdência privada foi de 11,1%, ante 7,5% em 2018. O porcentual foi equivalente a 186,1% do CDI, segundo análise do mercado de PGBL/VGBL feita pela consultoria Prevue. No ano, cerca de 82% desses fundos conseguiram retornos acima do indicador de referência.

O melhor desempenho foi puxado por fundos de investimento de renda fixa com papéis de longo prazo indexados à inflação na carteira e por aqueles com renda variável na carteira em proporções superiores a 30%.

Segundo a Prevue, esses fundos de investimentos terminaram 2019 com um patrimônio total de R$ 901,6 bilhões, distribuídos em diversas modalidades, inseridas basicamente em fundos de renda fixa, multimercados, balanceados e data-alvo.

Na hora da escolha do melhor plano, porém, não basta olhar a classe que mais rendeu. “O produto é muito mais sofisticado e diversas variáveis devem ser levadas em conta”, afirma Carlos Castro, da Planejar. No mesmo sentido, Gilvan Cândido, da FGV, lembra que as maiores rentabilidades, em geral, estão acompanhadas por maior risco.

No caso de uma pessoa mais jovem, por exemplo, há mais possibilidade de assumir riscos para melhorar o desempenho, uma vez que ela não tem urgência para resgatar esse dinheiro.
“Nesse caso, fundos compostos por títulos de longo prazo podem ser uma boa opção. Eles são mais voláteis, mas têm resultados melhores no longo prazo”, diz Cândido.

Já para um investidor mais velho, a possibilidade de encarar o risco diminui, pois ele tem menos tempo para resgatar o montante. “Assim, fundos que priorizam o Tesouro Selic, por exemplo, podem ser mais interessantes”, conclui o coordenador da FGV. A Susep alerta que a listagem de fundos divulgada em seu site não representa sugestão de investimento. Destaca ainda que a rentabilidade passada de um fundo não é garantia de rentabilidade futura.

NA HORA DE INVESTIR…

Rentabilidade

Existem diferentes tipos de investimentos previdenciários que podem ser escolhidos de acordo com o perfil do cliente. Esse índice de rentabilidade pode ser acessado no site da Susep. Embora seja uma variável importante na definição, o investidor deve olhar para outras características.

PGBL ou VGBL

No PGBL, é possível deduzir até 12% da renda bruta ao ano na declaração de Imposto de Renda. Por outro lado, o cliente paga um imposto sobre o valor total resgatado, e não sobre a rentabilidade. O VGBL não é dedutível do IR, mas o cliente só paga o imposto de acordo com a rentabilidade.

Tabela de imposto

Quando a tabela é progressiva, os impostos de retirada dependem do valor acumulado e seguem a tabela do IR comum. A regressiva depende do tempo em que o dinheiro permanece no fundo: quanto mais tempo o dinheiro permanecer, menor a alíquota. O imposto mínimo é de 10%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Mariana Durão – colaboraram Talita Nascimento e Luisa Laval

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