O presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), atribuíram ontem a um erro de registro o fato de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter identificado ao menos sete assinaturas de pessoas mortas na lista de apoio para a criação do Aliança pelo Brasil – informação revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo. “São sete mortes. Um, o cara lá assinou a ficha e, na semana seguinte, teve uma acidente de motocicleta. Morreu. Os outros meia dúzia… Só sete, né? De não sei quantos mil, 50 mil. Sete apenas. Era CPF errado, a numeração errada, só isso aí”, afirmou Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada.
Em nota, Flávio disse se tratar de um “erro no preenchimento dos dados”. “Após revisão dos dados inseridos no sistema do TSE, foram identificados que dos sete casos listados em relatório como ‘eleitor falecido’, seis foram preenchidos com o número errado do título de eleitor do apoiador, ou alguma outra falha técnica similar”, diz o texto.
A jornalistas, Bolsonaro admitiu ontem, pela primeira vez, que o Aliança pelo Brasil não deve obter registro do TSE a tempo de participar das eleições municipais deste ano. “Pelo que tudo indica, não dá tempo de sair”, disse.
Para ter o registro aprovado e poder disputar as eleições municipais de 2020, o partido em formação precisa apresentar, até abril, 491,9 mil assinaturas consideradas válidas pelo TSE. Até ontem, o Aliança tinha 7.746 assinaturas consideradas válidas, conforme dados fornecidos pelo tribunal.
Segundo Flávio, mais de 91 mil fichas com assinaturas já foram enviadas ao TSE e 16% foram consideradas inaptas. “Em grande parte pelo fato de o apoiador constar para a Justiça Eleitoral como filiado a algum outro partido”, diz nota divulgada pela assessoria do senador.
Uma regra criada na reforma eleitoral de 2015 exige que, para apoiar a criação de uma nova sigla, o eleitor não pode estar filiado a nenhuma outra legenda. Em julgamento de uma ação proposta pelo PROS, na quarta-feira passada, o Supremo Tribunal Federal (STF), por 9 votos a 1, reafirmou o entendimento.
Eleições
Diante da dificuldade de criar seu próprio partido, Bolsonaro disse ontem que não deve apoiar candidatos a prefeito no primeiro turno nas eleições municipais deste ano. “Pretendo não participar no primeiro turno de qualquer candidatura entre os quase 6 mil municípios do Brasil”, afirmou.
O presidente afirmou que poderá, contudo, apoiar candidatos a vereador. “No tocante a vereador, eu tenho um amigo ou outro por aí, vou dar uma força para eles nisso aí”, disse.
O primeiro turno das eleições municipais ocorre em 4 de outubro. O segundo está marcado para o dia 25 do mesmo mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Emilly Behnke, Thiago Faria e Rafael Moraes Moura
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