O resultado do quarto trimestre de 2019 da Santos Brasil (STPB3) foi bom e veio em linha com as projeções em termos de receita líquida, um pouco abaixo da projeção de Ebitda recorrente, mas bem acima do esperado em termos de lucro líquido.
O lucro líquido de R$ 10,4 milhões no trimestre, impactado positivamente por um efeito não recorrente de R$ 17,6 milhões.
O destaque positivo veio no mix de contêineres: aumento de 47% no volume de contêineres cheios de importação e redução do volume de transbordo (de 38% em 2018 para 32% no trimestre).
No lado negativo destacamos o Ebitda negativo de R$ 0,2 milhões no segmento de logística, explicado pelo aumento nos custos e despesas sem que houvesse crescimento proporcional na receita.
O volume operado no terminal de Santos foi de 252.771 contêineres no 4T2019, um crescimento de 9,3% na comparação anual. Em 2019, o volume total alcançou 1.016.793 unidades, um aumento de 10,8% frente a 2018.
A receita no período foi de R$ 230 milhões no 4T2019 e R$ 972 milhões em 2019, acréscimo de 4% e 5,5%, respectivamente.
Já a geração de caixa operacional recorrente – medida pelo Ebitda, alcançou a marca de R$ 26,2 milhõe no 4T2019 ante os R$ 17 milhões do 4T2018, aumento de 55%. No ano, foi registrado R$ 124,5 milhões, com variação positiva de 10,7% no comparativo com 2018. Tais resultados já excluem o efeito de ganhos não-recorrentes. Com isso, a Margem Ebitda de 2019 de 12,8%, uma melhora de 0.6 pontos percentuais.
Já o lucro líquido fechou o último período do ano passado em R$ 10 milhões, uma melhora substancial frente aos 3,8 milhões obtidos no mesmo período de 2018. O resultado, contudo, contempla um ganho não-recorrente na ordem de R$ 17 milhões.
Analistas esperam um impacto neutro no preço das ações da Santos Brasil (STBP3) no curto prazo. E acreditam que o resultado não deverá ser catalisador e sim os impactos vindos da China devido ao coronavírus, pois 20% do volume de contêineres no Tecon-Santos são destinados ao gigante asiático.
O investimento totalizou 32,5 milhões no trimestre, dos quais 27,2 milhões no Tecon Santos, sendo a grande maioria referente à obra de extensão e reforço do cais. A conclusão das obras de expansão do cais está prevista para o segundo semestre de 2021. O Tecon Santos recebeu em fevereiro os dois guindastes de cais STS (fabricados pela ZPMC) que já entraram em operação em março.
Este investimento no Tecon-Santos vai adicionar 220 metros ao cais atual, que passará a ter 1.510 metros de extensão, com possibilidade de operação (ao mesmo tempo) de até três navios de 366 metros de comprimento, da classe New Panamax, com melhoria da produtividade nas operações de porto.
A companhia encerrou 2019 com endividamento líquido de apenas R$ 11 milhões, equivalente a 0,09 vezes Ebitda.
Os principais catalisadores das ações da Santos Brasil são: aumento do volume de importações, melhora de preços e aumento da margem Ebitda consolidado.
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