Fabricantes de medicamentos temem impacto na produção de remédios no País, o que poderia levar à alta nos preços. Segundo dados de associações da indústria, mais de 90% dos insumos farmacêuticos ativos usados no Brasil são importados, e parte relevante vem da China, epicentro da doença. Até o momento, porém, não foi registrado nenhum problema de abastecimento.
As entidades do setor dizem que trabalham para mapear a situação dos estoques e eventual necessidade de reajustes. Os dados serão levados para uma reunião nesta quarta-feira, 4, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na semana passada, a agência publicou um edital pedindo para a indústria informar sobre os estoques. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já manifestou preocupação sobre o tema com colegas do governo.
A presidente da ProGenéricos, Telma Salles, disse que a situação “preocupa”, mas que não há relatos de associadas com problemas com fornecedores da China. Já para o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), a alta do dólar tem pressionado mais a indústria do que o avanço do novo coronavírus. O presidente da Associação de Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac) reforça que a situação preocupa, mas que não há relatos de interrupção de fornecimento da China.
Outra questão são os preços. A legislação brasileira impede um ajuste de preços por eventos extraordinários, como alta do dólar ou avanço de uma doença que afete a economia.
Em nota, a Anvisa disse que “está avaliando medidas que assegurem a manutenção do abastecimento”. Já o Ministério da Saúde afirmou que tem contrato com empresas da China para importação de medicamento e “não há, até o momento, nenhuma sinalização de risco de descumprimento”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Mateus Vargas
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