A Vale divulgou nesta segunda-feira, 2, o relatório final do Comitê Independente de Assessoramento Extraordinário de Apoio e Reparação, formado para propor ações de compensação às famílias das vítimas do rompimento de uma barragem da mineradora em Brumadinho (MG), em janeiro do ano passado.
O comitê, presidido por Leonardo Pereira, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), concluiu que a Vale acabou 87% das recomendações feitas, enquanto 13% não receberam compromisso da Vale de acatar e colocar em prática. Do total de 84 recomendações ao conselho e 11 sugestões à diretoria da mineradora, um total de 7% foram concluídas até agora.
Segundo o relatório, 47% das recomendações estão com ação em curso pela Vale, enquanto 33% resultaram em compromisso de cumprimento pela companhia, mas até agora não houve ação em relação a elas. As recomendações envolvem indenizações, transparência, engajamento com as comunidades locais, relacionamentos institucionais e cuidados humanitários.
O relatório faz a ressalva de que a análise do número providências tomadas não representa, “por si só, uma avaliação da qualidade e mérito das ações em curso”. Segundo o grupo, há uma evolução dos parâmetros técnicos da Vale pouco superior a 50%, sem contar obrigações financeiras e avanços na cronologia da reparação.
Nas conclusões, o comitê ressalta que notou “a evolução por parte da Companhia na execução das ações de apoio e reparação, especialmente nas ações emergenciais e no compromisso de não repetição”. Além das ações emergenciais, obras e indenizações, o comitê avalia que há um início de evolução cultural dentro da mineradora.
Por outro lado, o plano de reparação é um desafio, precisa de “um pacote adequado de compromissos e validado socialmente”, e por isso, não está pronto. Segundo o relatório, reparação é um assunto novo e necessita de respostas diferentes daquelas que a companhia está acostumada a dar. O documento ressalta que a Vale tem compromissos a cumprir nos próximos seis meses, inclusive a conclusão do Plano de Reparação e a consulta pública deste plano.
Por Renato Carvalho
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